"Não estou aqui para fazer teatro, estou aqui para esclarecer a verdade", disse o empresário Jamil Name Filho, ao sentar no banco de réus na tarde desta terça-feira (18), no julgamento do caso de assassinato do jovem estudante Matheus Coutinho Xavier, 20 anos. 'Jamilzinho' é acusado de ser o mandante do crime, junto de seu pai, Jamil Name, que faleceu em 2021 de covid-19.
Durante o interrogatório, ele contou como o policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier - PX, entrou em sua vida através do pedido de um amigo de longa data da família. O acusado alegou ter tentado argumentar contra este conhecido, dizendo que PX havia acabado de sair da cadeia, mas resolveu dar uma chance para ele em meados de 2010.
O PM aposentado foi contratado para fazer serviços diversos para a família. "Infelizmente ele entrou na minha vida", finalizou Jamil ao falar de PX. Ele contou, apesar da frase de lamentação, que chegou a ir algumas vezes na casa do PX, assim como os filhos do policial havia ido ao menos duas vezes em sua residência.
Jamil nega envolvimento no crime
Apesar de afirmar trabalhar com PX, ele alegou não ter sido o mandante da encomenda de execução, que terminou na morte de Matheus – filho do policial. “Não tenho nada a ver com essa morte. Não sei como meu nome foi parar nos indícios que apontem a mim como mandante”, afirmou.
Ainda no decorrer do interrogatório, Name desconhece a informação de que a morte encomendada seria a de Paulo Xavier.
Sobre o assassinato de Matheus, quando questionado sobre sua ligação com Juanil, acusado de ser o executor do crime - pistoleiro, o empresário disse desconhecer o foragido, pois nunca nem havia escutado seu nome. Name relatou ainda não saber que Marcelo Rios conhecia o autor dos disparos.
Jamilzinho é acusado de mandar o ex-guarda civil Marcelo Rios, e o policial Vladenilson Olmedo, contratar algum pistoleiro para matar o policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier. No entanto, Juanil e Zezinho – os atiradores – erraram o alvo, matando o jovem estudante Matheus Coutinho Xavier, filho de PX.
O caso
Segundo relatório do Garras, o policial militar aposentado Paulo Roberto Xavier era o verdadeiro alvo da organização criminosa na execução que resultou na morte do seu filho.
A investigação indica que o homem apontado como chefe da organização criminosa, o empresário Jamil Name, acreditava que Paulo Roberto Xavier tinha se aliado a um advogado, com quem ele tinha tido um desacordo em negociação de fazendas que pertenceram ao reverendo Moon localizadas em Jardim e em Campo Grande.
Por conta do revés nos negócios, Jamil Name, conforme o relatório da polícia, teria dado ordem para matar o advogado, a esposa dele e seu filho, além do ex-policial militar.
Deixe seu Comentário
Leia Também

MS tem oito foragidos incluídos na nova "lista vermelha" criada pelo Ministério da Justiça

Dia da Justiça: TJMS reafirma compromisso com serviços judiciários modernos e acessíveis

Quebra de sigilo médico é reconhecida e acusada de aborto escapa de júri popular em MS

STJ absolve condenado e expõe falha da Polícia em reconhecimento em MS

Policial penal de MS preso por ligação com o PCC diz que é pastor e quer liberdade

Suspenso nesta segunda-feira, confira o atendimento da Justiça Itinerante nesta semana

STF volta a julgar marco temporal na próxima quarta-feira

TSE encerra teste público de segurança das urnas eletrônicas

STF marca julgamento sobre morte de Marielle Franco e Anderson Gomes


Jamil Name Filho foi interrogado nesta terça-feira (Foto: Brenda Leitte)



