O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, criticou a segurança disponibilizada pelo Governo Federal aos agentes do Ministério Público Federal (MPF), após uma das unidades da União sair de Ponta Porã por conta do aumento da violência na região.
A atitude do MPF gerou controvérsia, e foi duramente criticada pela Associação Nacional dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a OAB. Porém de acordo com Odilon que atuou por anos na fronteira e foi vítima de ameaças dos narcotraficantes, a falta de segurança que levou à saída do MPF da fronteira “é culpa do governo”.
O juiz comentou que os procuradores trabalhavam sem a devida segurança. "O governo federal virou as costas para os procuradores da República. É evidente que o intenso exercício das atividades do MPF na fronteira, na área criminal, causa risco. Conheço, de perto, a dedicação dos procuradores e é evidente que sua ausência fará falta em Ponta Porã. O que a sociedade e as instituições devem culpar é a União, extremamente omissa com relação à segurança dos membros do MPF na fronteira. Infelizmente, vivi na pele e conheço bem a situação", avaliou.
"Quem combate ao crime organizado, como os integrantes do Ministério Público Federal, não pode ser alvo de desleixo por quem tem o dever de lhe dar segurança. São mães, pais, irmãos, maridos, esposas, que saem para trabalhar com incertezas", comentou Odilon de Oliveira.
Ele ressalta que para o trabalho no órgão, algumas medidas são imprescindíveis. "Uma sede dotada de mecanismos de segurança, carro blindado, deslocamento com escolta e outras medidas são indispensáveis. Garanto que tudo isto foi reivindicado pelos Procuradores da República. Garanto também, e sem medo de errar, que a União, obrigada a tal, virou as costas, como é de sua rotina", ressalta Odilon.
Porém não era o que acontecia com a sede do MPF em Ponta Porã que era localizada em uma residência adaptada para a instalação do órgão público. De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), também não havia espaço para segurança de bens patrimoniais e armas de fogo, podendo se tornar alvo fácil de ataques.
Odilon também contesta as críticas feitas pela Ajufe, e diz que as instituições deveriam apoiar a melhoria da segurança para os procuradores. "As instituições deveriam refletir melhor e reivindicar da União condições de segurança para o MPF na fronteira. Só criticar, com base em suposições, é fácil, ainda mais quando os críticos nunca estiveram na pele de quem corre risco", conclui Odilon de Oliveira.
O juiz Odilon aposentado em 2017 já foi ameaçado por traficantes e levou à união do PCC, CV e Jorge Raffat pela sua execução, e precisou de escolta, além de ficar longe da família, devido as constantes ameaças que recebia.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Reajuste salarial do prefeito de Naviraí é suspenso pela Justiça

Projeto nacional de educação por meio do cinema chega a presídios de Campo Grande

TJ mantém prisão de Claudinho Serra e diz que medidas alternativas são 'insuficientes'

Por matar adolescente de 16 anos em 2014, "Márcio Doidão" vai a júri em agosto

Promotoria investiga empresas de ônibus em Naviraí por negar passe gratuito

Pai de estudante acusado de matar corredora questiona obrigação de pagar pensão

TJ mantém "Frescura" preso após destacar risco de nova atuação criminosa

Juiz torna réu homem acusado de matar o próprio pai a facadas em Campo Grande

Defesa contesta dolo e tenta impedir que estudante vá a júri por atropelamento fatal
