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Política

Setor de pescados brasileiro pede linha de crédito emergencial para enfrentar tarifaço

Objetivo é evitar um colapso no setor

20 julho 2025 - 18h10Carla Andréa

A indústria brasileira de pescados vive um momento crítico após a imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil.

Para tentar conter os impactos e evitar o colapso do setor, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) solicita ao governo federal uma linha emergencial de crédito entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões.

O pedido foi formalizado em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


“Nosso socorro precisa ocorrer ‘ontem’. É um plano emergencial de resgate para um setor que vai quebrar”, afirmou Eduardo Lobo, presidente da Abipesca.

As novas tarifas, anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump em 9 de julho, atingiram em cheio o setor de pescados, com alíquotas significativamente mais altas do que as aplicadas a outros produtos brasileiros.

Segundo Lobo, ao contrário de setores como o do café, suco de laranja, carne e aço — em que os Estados Unidos mantêm alguma dependência do Brasil —, os importadores norte-americanos de pescado simplesmente suspenderam os pedidos e passaram a comprar de países da América Central.

“A cadeia está travada”, resume o presidente da Abipesca. Ele ressalta que a produção nacional é majoritariamente artesanal e familiar, essencial para a geração de emprego e renda em regiões com baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

O impacto, segundo Lobo, é devastador: “A corda já arrebentou para os aquicultores. Se a tarifa vai para 60%, 70%, 80%, já não faz diferença, o setor não está mais competitivo”.

Ele alerta que o setor não pode esperar uma solução diplomática que demore 90 dias ou mais. “Precisamos de crédito imediato para as indústrias de exportação.”

Embora o governo brasileiro tenha sugerido que os empresários pressionem os importadores norte-americanos para que estes influenciem o governo de Trump, Lobo afirma que essa estratégia não funciona para o setor de pescados.

“O importador americano não vai ligar para o presidente pedindo redução de tarifa; ele simplesmente compra mais barato do concorrente.”

Diante da crise, alternativas como o mercado europeu são consideradas.

No entanto, o setor enfrenta outro obstáculo: desde 2017, os pescados brasileiros estão embargados na União Europeia.

O acordo de livre comércio Mercosul-UE surge como uma esperança futura, mas, para Lobo, é insuficiente diante da urgência atual.

“Precisamos de algo imediato, uma excepcionalidade”, reforça.

Lobo conclui com um alerta dramático: “O impacto será irreversível se não houver um resgate. É um trabalho de décadas se desmanchando.

Depois de perdido o espaço na mesa do consumidor norte-americano, dificilmente conseguiremos recuperá-lo.”

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