O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (3), na Bahia, Estado onde mora. A prisão foi determinada pela Justiça Federal de Brasília, e está ligada às investigações da Operação Cui Bono.
A operação investiga irregularidades na liberação de créditos da Caixa, banco estatal no qual Geddel ocupou a Vice-presidência de Pessoa Jurídica. Geddel foi ministro da Secretaria de Governo de Temer. As investigações da Polícia Federal e do MPF (Ministério Público Federal) apontam que Geddel e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) atuaram na liberação de ao menos R$ 1,2 bilhão em empréstimos para empresas, em troca de propina.
O pedido de prisão preventiva, apresentado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, acusa Geddel de atuar para atrapalhar investigações em andamento, ao tentar evitar que o ex-deputado Eduardo Cunha e o corretor Lúcio Funaro firmassem um acordo de delação premiada.
A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha. O teor das mensagens indicam que Cunha e Geddel atuavam para garantir a liberação de recursos por vários setores da CEF a empresas que, após o recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros integrantes do esquema, entre eles Fábio Cleto. Cleto, que ocupou por indicação de Eduardo Cunha a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, foi quem forneceu as primeiras informações aos investigadores. Em meados do ano passado, ele fechou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Em conversas datadas de 2012, por exemplo, os envolvidos revelam detalhes de como agiram para viabilizar a liberação de recursos para sete empresas e um partido político. Entre os beneficiados do esquema ilícito aparecem companhia controladas pela holding J&F, cujos acionistas firmaram recentemente acordo com o MPF. O aprofundamento dos indícios descobertos com a análise do conteúdo armazenado no aparelho telefônico apreendido permitiu aos investigadores constatarem intensa e efetiva participação de Geddel Vieira Lima no esquema criminoso. Além da prisão preventiva, a Justiça acatou os pedidos de quebra de sigilos fiscal, postal, bancário e telemático do ex-ministro.
A reportagem entrou em contato com o advogado de Geddel, Gamil Foppel, por telefone e por Whats App, mas ainda não obteve resposta.
Geddel Vieira Lima era ministro da Secretaria de Governo do governo Michel Temer até o final do ano passado. Em 25 de novembro, ele pediu demissão de Salvador por meio de carta enviada por e-mail ao presidente.
Dentro do Planalto, Geddel era um dos auxiliares mais próximos de Temer junto ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Geddel é o segundo ex-ministro do governo Temer a ser preso. Há menos de um mês, no dia 6 de junho, a Polícia Federal prendeu o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que foi comandou o Ministério do Turismo por pouco mais de um mês.
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

Pix supera 300 milhões de transações em um único dia

Com IA, golpistas criam vaquinha fraudulenta em nome de mulher arrastada

Justiça barra serviços de apostas autorizados por leis municipais em todo o país

CPMI aprova quebra de sigilos de dono do Banco Master

Governo institui programa para reestruturar dívidas dos Estados com vetos

Sistema prisional brasileiro registra superlotação de 150%, aponta CNJ

Senado discute Auxílio Gás do Povo em audiência pública; proposta é do governo federal

Gilmar Mendes estabelece que só a PGR pode iniciar impeachment de ministros do STF

Líder dos caminhoneiros e desembargador aliado de Bolsonaro anunciam greve geral








