As ações da Apple fecharam em forte queda em Nova York nesta quinta-feira (24), numa reação dos investidores à divulgação do balanço da companhia na véspera. Os papéis da empresa da maçã despencaram 12,36%, a US$ 450,50, a maior queda da companhia de tecnologia desde 29 de setembro de 2008, quando sua ação perdeu 17,92%. Com isso, o índice Nasdaq, termômetro das empresas de tecnologia, encerrou a sessão em queda de 0,74%, e o S&P 500 encerrou estável (0,00%). O desempenho do Dow Jones foi melhor: o índice registrou um ganho de 0,33%, favorecido por indicadores econômicos positivos.
“Os resultados no geral foram bons, não ótimos. Mas o mercado global de celulares cresceu 49% em 2012, o que aponta que a Apple perdeu mercado desde que lançou o iPhone 5″, diz Glen Yeung, analista do Citigroup. A Apple sozinha responde por cerca de 10% do Nasdaq Composite, principal índice da bolsa de tecnologia. No S&P 500, a participação da empresa é de 3,6%.
Os números apresentados mostraram que o lucro líquido da Apple ficou estável no 1º trimestre fiscal (encerrado em dezembro, equivalente ao quarto trimestre do calendário). Foi um lucro de US$ 13,08 bilhões no período, contra US$ 13,1 bilhões no ano anterior. Mas a margem de lucro da companhia encolheu no período, para 38,6%, de 44,7% um ano antes.
Além disso, a receita veio pouco abaixo das estimativas dos analistas ouvidos pela Thomson Reuters. A companhia teve uma receita de US$ 54,5 bilhões no 4º trimestre, ante um projeção de US$ 54,7 bilhões. Um ano antes a receita tinha somado US$ 46,3 bilhões.
Entre outras empresas que divulgaram balanço aparecem 3M (+0,18%), Xerox (+2,24%) e Bristol-Myers Squibb (-2,61%). Os papéis da Nokia negociados em Nova York perderam 8,19%, depois da companhia divulgar um balanço positivo, mas informar que vai suspender o pagamento de dividendos. Microsoft e AT&T, que liberaram seus resultados trimestrais após o fim da sessão hoje, tiveram alta de 0,07% e queda de 0,09%, respectivamente.
A alta do Dow Jones no dia reflete otimismo dos investidores com os indicadores divulgados. Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio-desemprego caíram 5 mil na semana até 19 de janeiro, para 330 mil, o menor nível em cinco anos. O dado contrariou as previsões dos analistas, de um aumento de 25 mil pedidos, para 360 mil. Já a Markit disse que o índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA subiu para 56,1 na leitura preliminar de janeiro, de 54,0 em dezembro. E o Conference Board divulgou que seu índice de indicadores antecedentes subiu 0,5% em dezembro ante novembro, exatamente em linha com as previsões.
O mercado também recebeu certo suporte da aprovação de um projeto na Câmara dos Representantes ontem que suspende por três meses o limite legal de endividamento do governo. Hoje, um assessor do líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, disse que a Casa deve votar o projeto na próxima terça-feira, e a administração do presidente Barack Obama já informou que deve ratificar o plano.
Já na China, o PMI industrial preliminar de janeiro subiu para 51,9, o nível mais alto em 24 meses. Enquanto isso, na Europa a contração na atividade econômica da zona do euro prosseguiu pelo 12º mês consecutivo em janeiro, mas em um ritmo mais fraco graças à recuperação da Alemanha, segundo dados preliminares da Markit. O PMI composto do bloco subiu este mês para 48,2, de 47,2 em dezembro, vindo acima da previsão de 47,6. As informações são da Dow Jones.
Via Estadão
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