Foi um protesto dirigido indiretamente ao Fed (banco central dos EUA), que atribuiu um índice de vulnerabilidade alto para o Brasil, e para o FMI (Fundo Monetário Internacional), que incluiu o país entre os quatro emergentes em maior dificuldade.
Além do Brasil, a África do Sul também reclamou na reunião de ontem em Sydney, na Austrália. Os dois países advertiram que o G20 tem de ser firme ao não corroborar avaliações sem bases técnicas sólidas e que podem atender a interesses menos nobres de mercado: depreciar ativos dos países para conquistar lucros fáceis.
A reunião de ministros da Fazenda – Guido Mantega não foi – e de presidentes do Banco Central – Alexandre Tombini compareceu – foi centrada na normalização da política monetária nos EUA. De acordo com a Folha de São Paulo, os emergentes não falaram todos a mesma língua.
A delegação brasileira fez reuniões prévias com representantes de outros países dos Brics, que negaram qualquer possibilidade de crise, analisaram que a recuperação dos EUA não é um risco para os emergentes e pode até ser benéfica para o crescimento mundial.
Mas o México – que apresentou crescimento de apenas 1,1% do PIB em 2013 – teve uma posição distinta.
Segundo relatos, a delegação mexicana reclamou da grande fuga de capitais a partir da normalização dos EUA e pediu que a "rede de segurança" funcione em caso de necessidade, o que significa deixar o FMI pronto para eventualmente estender sua linha de crédito para países mais diretamente atingidos.
Em entrevista depois do encontro, Carlos Cozendey, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, refletiu a posição moderada do Brasil ao dizer que "a normalização dos EUA tem de acontecer e será positiva se houver crescimento".
Ele disse que "ajustes são necessários" para evitar impactos maiores e negou que o Brasil esteja vulnerável: "Ajuste de preço não quer dizer fragilidade".Reportar Erro
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