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Economia

Inflação: tomate passa de vilão a mocinho

21 julho 2013 - 08h07Via O Globo
São Julião
Depois subir 72,79% só nos quatro primeiros meses do ano e acumular alta de nada menos do que 149,6% nos 12 meses até abril, o tomate passou de vilão a mocinho na inflação. Só nos últimos 30 dias até 15 de julho, o preço caiu 16,78%, uma das maiores quedas do IPCA-15, perdendo apenas para a cenoura, que ficou 18,78% mais barata no mesmo período. O tomate, que chegou a ser vendido a R$ 15 o quilo, agora é encontrado por R$ 1,99.

— Isso só mostra o quanto o preço do tomate é volátil. Subiu muito no começo do ano e agora está devolvendo a alta. Nossa projeção é que termine 2013 com variação de 4%, ou seja, deve subir menos do que a inflação e do que os 12% de alta do ano passado — diz o economista Fábio Romão, da LCA Consultores.

Segundo Elson Teles, economista do Banco Itaú, uma das razões da volatilidade nos preços é o curto ciclo de produção do tomate. Ele explica que os agricultores haviam reduzido o plantio, porque tinham perdido dinheiro nos anos anteriores. A diminuição da oferta, agravada por problemas climáticos, fez disparar os preços e acabou estimulando uma retomada na produção.

— Além disso, com as notícias dos preços altos, muita gente deixou de comprar e ajudou a aumentar os estoques nos mercados e conter preços. No momento, o tomate já devolveu praticamente toda a alta.

Para o economista, a não ser que a previsão de frio intenso para as próximas semanas se confirme e afete os produtos in natura, os alimentos podem continuar caindo em agosto, mês em que ele espera inflação em torno de 0,30%. Ele também vê tendência de recuo no preço da carne em agosto e manutenção do ritmo de alta do leite que, no caso do longa vida, já subiu 3,96% em julho. Já para transportes públicos e combustíveis, a estimativa é de estabilidade nos preços.

Na visão de Teles, o grande problema para os próximos meses é o dólar.

— Se essa alta veio para ficar em torno de R$ 2,20 a R$ 2,30 vai impactar os custos e será repassada, se as condições de demanda permitirem, uma vez que atividade econômica está fraca. Por outro lado, há a questão dos preços nos mercados internacionais, a entrada da safra de grãos americana e a previsão, do ponto de vista de preços, é favorável — diz.

Luiz Roberto Cunha acredita que o efeito da alta do dólar sobre o IPCA não será muito maior, pois boa parte já foi absorvida, sobretudo no preço do pão. Para o professor da PUC, problema maior são os subsídios a energia e transporte, que devem entrar na inflação do ano que vem.

— Em algum momento esse subsídio será repassado, senão não há esforço fiscal que aguente. Assim, não dá para ver como o IPCA volta para 4,5%, centro da meta do governo. O que pode ajudar a conter a inflação em 2014 é o baixo crescimento.

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