— Isso só mostra o quanto o preço do tomate é volátil. Subiu muito no começo do ano e agora está devolvendo a alta. Nossa projeção é que termine 2013 com variação de 4%, ou seja, deve subir menos do que a inflação e do que os 12% de alta do ano passado — diz o economista Fábio Romão, da LCA Consultores.
Segundo Elson Teles, economista do Banco Itaú, uma das razões da volatilidade nos preços é o curto ciclo de produção do tomate. Ele explica que os agricultores haviam reduzido o plantio, porque tinham perdido dinheiro nos anos anteriores. A diminuição da oferta, agravada por problemas climáticos, fez disparar os preços e acabou estimulando uma retomada na produção.
— Além disso, com as notícias dos preços altos, muita gente deixou de comprar e ajudou a aumentar os estoques nos mercados e conter preços. No momento, o tomate já devolveu praticamente toda a alta.
Para o economista, a não ser que a previsão de frio intenso para as próximas semanas se confirme e afete os produtos in natura, os alimentos podem continuar caindo em agosto, mês em que ele espera inflação em torno de 0,30%. Ele também vê tendência de recuo no preço da carne em agosto e manutenção do ritmo de alta do leite que, no caso do longa vida, já subiu 3,96% em julho. Já para transportes públicos e combustíveis, a estimativa é de estabilidade nos preços.
Na visão de Teles, o grande problema para os próximos meses é o dólar.
— Se essa alta veio para ficar em torno de R$ 2,20 a R$ 2,30 vai impactar os custos e será repassada, se as condições de demanda permitirem, uma vez que atividade econômica está fraca. Por outro lado, há a questão dos preços nos mercados internacionais, a entrada da safra de grãos americana e a previsão, do ponto de vista de preços, é favorável — diz.
Luiz Roberto Cunha acredita que o efeito da alta do dólar sobre o IPCA não será muito maior, pois boa parte já foi absorvida, sobretudo no preço do pão. Para o professor da PUC, problema maior são os subsídios a energia e transporte, que devem entrar na inflação do ano que vem.
— Em algum momento esse subsídio será repassado, senão não há esforço fiscal que aguente. Assim, não dá para ver como o IPCA volta para 4,5%, centro da meta do governo. O que pode ajudar a conter a inflação em 2014 é o baixo crescimento.Reportar Erro
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