Anos e anos de leniência, permissividade e experiências desastrosas – muitas delas erroneamente atribuídas ao restabelecimento da democracia - minaram o poder da autoridade e propiciaram o surgimento e crescimento das facções do crime organizado que diariamente se confronta com o Estado. No governo FHC rolaram propostas de verdadeira desconstrução do poder de polícia como, por exemplo, a eliminação da Justiça Militar. Os candidatos ao Executivo precisam entender que não basta destinar mais recursos ou fazer propaganda. A segurança pública precisa de uma reengenharia completa para funcionar e atender às necessidades do Brasil contemporâneo.
Não bastará aumentar o poder repressivo. É preciso desenvolver políticas preventivas ao crime, executar o devido apenamento (e cumprimento efetivo da pena) quando o crime já ocorreu, e dar oportunidades reais de recuperação ao apenado quando este estiver recolhido ao sistema prisional, que não pode, jamais se parecer com um depósito de homens e mulheres marginalizados.
É uma obra de grande porte que depende do engajamento dos governos, do parlamento, do judiciário e da própria sociedade. Há que se reformar estruturas, conceitos e legislações. Na parte específica das polícias, os governos precisam encontrar uma fórmula de remuneração adequada para evitar que o policial seja obrigado a complementar sua renda fazendo bico, mesmo que seja o bico oficial, hoje chamado função delegada. Esse profissional, que atua numa área crítica e de alto risco, tem de ganhar o suficiente para ter vida normal, dedicação exclusiva e treinamento adequado para a sua nobre missão...
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também

Opinião
OPINIÃO - Conexão vital com a natureza: um elo que não podemos perder

Opinião
OPINIÃO: Seguro de vida militar: Conheça seus direitos e quando buscar orientação jurídica

Opinião
OPINIÃO - Mordidas em Bonito: quando o peixe abocanha sem anzol

Opinião
OPINIÃO: Representação parlamentar caolha

Opinião
Opinião - Verificação KYC: O que é e como funciona?

Preto no Branco
Preto no Branco: Retorno de desembargadores dura menos de 24h

Preto no Branco
Preto no Branco: Investigação expõe 'manobra' para beneficiar empresário

Opinião
OPINIÃO: Stalking: O crime que parece roteiro de filme de terror

Preto no Branco
Preto no Branco: Começa a debandada tucana

Preto no Branco