Menu
Menu
Busca domingo, 13 de julho de 2025
Brasil

Brasil é uma "baleia ferida" que não consegue se mover, diz Guedes

O ministro participa de reunião na Comissão de Finanças da Câmara

04 junho 2019 - 17h35Joilson Francelino, com informações da Agência Brasil

Com crescimento de apenas 0,6% ao ano nos últimos oito anos, “o Brasil é uma 'baleia' que recebeu vários golpes e não consegue mais se mover”, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados. Guedes foi convocado para responder a perguntas sobre o que fazer com os recursos da economia da reforma da Previdência.

Para o ministro, a reforma da Previdência é a primeira etapa para resolver o desequilíbrio fiscal e “consertar” a economia. Ele ressaltou que a aprovação das reformas equivaleria a retirar os arpões da baleia e que essa agenda é suprapartidária. “O Brasil é uma baleia ferida arpoada várias vezes, que foi sangrando e parou de se mover. Precisamos retirar os arpões, consertar o que está equivocado. Não tem direita, nem esquerda. Precisamos consertar economia brasileira”, declarou o ministro.

Guedes explicou que a reforma da Previdência tem três dimensões. A primeira consiste em resolver o desequilíbrio fiscal do país por meio da economia de R$ 1,2 trilhão em 10 anos e retomar o crescimento. A segunda é a retomada dos investimentos privados, inclusive em áreas sociais como saúde, educação e saneamento, e a terceira, a remoção das desigualdades, por meio da retirada de privilégios, e a libertação das gerações futuras por meio do regime de capitalização (em que cada trabalhador terá uma poupança individual).

Agenda positiva

O ministro ressaltou que, depois da reforma da Previdência, o governo pretende seguir simultaneamente com a reforma tributária na Câmara dos Deputados, aproveitando uma proposta que tramita na Casa, e com a reforma do pacto federativo, cuja tramitação se iniciaria no Senado. Guedes, no entanto, disse que a estratégia ainda precisa ser definida pelo governo. “Quem dará o tempo é a política. É como eu vislumbro. Quem decide são os políticos.”

De acordo com o ministro, o governo decidiu dar prioridade à reforma da Previdência para corrigir desequilíbrios da economia, antes de entrar no que chamou de “agenda positiva”. Guedes destacou que a proposta de reforma tributária vislumbra a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) federal que incidiria, com adesão facultativa dos estados e dos municípios, e a revisão de isenções, desonerações para determinados setores da economia e deduções no Imposto de Renda para famílias mais ricas.

Sobre o pacto federativo, Guedes repetiu que o governo pretende reduzir a fatia da União nas receitas de tributos, aumentando a repartição com os estados e os municípios. Ele disse que pretende repartir o dinheiro do fundo social do pré-sal, que deve render de US$ 800 bilhões a US$ 1 trilhão (R$ 3,2 trilhões a R$ 4 trilhões) nos próximos 20 a 30 anos, e ser distribuído entre estados e municípios (i0%) e governo federal (30%).

Estímulos

O ministro explicou que o governo pretende fazer ações de estímulo de curto prazo, como o Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF) para os estados, enviado hoje (4) ao Congresso Nacional, e saques dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Serviço Público (Pasep). Ele, no entanto, disse que esses estímulos terão efeito curto, caso o Congresso não aprove a reforma da Previdência.

“Enquanto não aprovamos reforma fiscal potente como essa de R$ 1 trilhão da Previdência, até pequenos estímulos fiscais são perversos. Não podemos fazer esses movimentos sem os fundamentos [da economia] corrigidos”, declarou. Ele disse que o PEF não fará distinção entre governadores da situação e da oposição. “O governador que quiser pode passar no [secretário do Tesouro Nacional] Mansueto [Almeida] porque dinheiro está lá.”

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República do Brasil
Brasil
Medidas do decreto de reciprocidade de tarifas devem ser publicadas até terça (15)
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta -
Política
Congresso reage à tarifa de 50% imposta por Trump ao Brasil e avalia retaliação
Criança caiu de uma altura de 70 metros
Brasil
Criança que caiu em cânion no Rio Grande do Sul é encontrada morta
Imagem Ilustrativa do INSS -
Brasil
Fraude no INSS: grupo especial terá valores devolvidos automaticamente
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Brasil
Após tarifa de Trump, Brasil anuncia reciprocidade e contesta alegação de déficit dos E.U.A
Lula
Brasil
Brasil responderá tarifaço dos EUA com lei de reciprocidade, diz Lula
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Brasil
Uso da Força Nacional no Pantanal é prorrogado
Câmara proíbe aproximação de agressor com consentimento da vítima
Brasil
Câmara proíbe aproximação de agressor com consentimento da vítima
Sede da Anvisa
Brasil
Anvisa suspende vendas de azeite, molho e polpa de fruta
Lula discursa na Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS
Brasil
Durante Cúpula do BRICS, Lula propõe revisão de cotas no Fundo Monetário Internacional

Mais Lidas

JD1TV: Motoqueiro tem cabeça arrancada por linha de cerol
Polícia
JD1TV: Motoqueiro tem cabeça arrancada por linha de cerol
Pai foi preso pelo abuso seguido de morte
Interior
Pai estuprou a filha enquanto teve relação sexual com a esposa em Camapuã
JD1TV: Guarda municipal é filmado espancando jovem amarrado em Campo Grande
Polícia
JD1TV: Guarda municipal é filmado espancando jovem amarrado em Campo Grande
Adolescente força aborto, asfixia bebê até a morte e joga corpo em lixão após término de namoro
Polícia
Adolescente força aborto, asfixia bebê até a morte e joga corpo em lixão após término de namoro