A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou hoje (12), em sua sede de Brasília, o primeiro workshop para jornalistas focado na cobertura de temas relacionados a grupos LGBTI (sigla que designa lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais). E ontem (11), a ONU organizou uma oficina sobre a discriminação dos LGBTI no mercado de trabalho.
Os encontros integram a programação planejada para o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, a ser comemorado na próxima quarta-feira (17).
A oficina dessa sexta-feira foi conduzida pela assessora de Direitos Humanos da ONU no Brasil, Ângela Pires Terto. Também coordenadora da campanha Livres & Iguais, Ângela orientou os participantes sobre a importância do uso correto de termos frequentes em pautas sobre o assunto. Ela afirmou que a precisão de conceitos significa respeito à representatividade. “Não conhecer a realidade e as especificidades desses grupos é uma forma de violência”, disse.
Segundo a assessora, a utilização de reportagens em pesquisas acadêmicas sobre o segmento LGBTI evidencia o valor da exatidão de conteúdos. Os materiais seriam capazes de distorcer estatísticas baseadas em registros da mídia.
Sem descuidos
Para a oficial de Comunicação e Informação Pública da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ana Paula Canestrelli, a rotina acelerada dos comunicadores não justifica descuidos. No evento, ela defendeu que a explicação de conceitos nas matérias deveria se tornar uma prioridade e que seria melhor “deixar o leitor intrigado” do que mencionar expressões que contribuem para o preconceito e a marginalização.
Participante do workshop, Ludmylla Santiago, 34 anos, faz parte da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (Anav Trans DF). Convidada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir medidas protetivas para travestis e transexuais, em 2016, ela diz que não se pode “partir do pressuposto de que o outro é ignorante. O que as pessoas devem fazer é esquecer seu lugar de conforto”, afirmou.
Ela criticou a atual cobertura midiática, dizendo que “hoje as pessoas fomentam discussões sobre o problema, mas não promovem a inclusão efetiva do grupo”, disse.
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