Surgiu então, ministrado por oito professoras profissionais do sexo, o curso intensivo “Prostitución: Nociones básicas para la profesionalización”, com carga horária de quatro horas, como um meio para solucionar dúvidas e trabalhar possíveis conflitos emocionais. É comum – e completamente aceitável – que mulheres inexperientes sintam tristeza após os primeiros clientes, explica o grupo em sua ?página na internet.
O primeiro workshop foi realizado na sede da organização, em Barcelona, no último mês. Após pagar €45 (aproximadamente R$ 150), 15 candidatas – com idades entre 18 e 50 anos – participaram de aulas e debates sobre os inconvenientes da profissão, truques no sexo, introdução aos preconceitos e profissionalização, marketing e até dicas para criar uma poupança e economizar, já que vivem em um país em crise.
A mesma crise econômica, que colocou as taxas de desemprego em índices alarmantes, promoveu a prostituição como uma saída rentável na Espanha. O anúncio do curso provocou reações imediatas: caixas de e-mails lotadas com ameaças de grupos feministas e pedidos de inscrição. Conxa Borrell, prostituta há sete anos e fundadora da ONG, disse em entrevista ao The Guardian que a procura pelo workshop foi além das expectativas.
Nos próximos dias, a associação deve anunciar uma nova data para a segunda rodada do curso e reavaliar sua carga horária, que poderá até dobrar. Muitos devem se perguntar: mas isso está dentro da lei? A questão é que a lei espanhola permite a prática da prostituição, mas criminaliza o proxenetismo, que é a exploração de mulheres em bordéis ou por meios que gerem ganho financeiro com o sexo.
Conxa defende a necessidade do curso ao dizer que todos os profissionais precisam de treinamento. “Ser prostituta não é fácil. Não existe outro tipo de profissão que compartilhe esse nível de intimidade com alguém”, explicou ao jornal britânico. Ela cita ainda que não há professoras melhores do que prostitutas para ensinar as técnicas. “Nem psicólogos, antropólogos ou cientistas políticos, só prostitutas”, conclui.
A afirmação gerou ódio em grupos conservadores do país que citam a Aprosex como motivadora da prostituição. Com o curso, a ONG afirma defender ainda a regulamentação da profissão e combater o massivo tráfico de mulheres na Espanha, que tem como principais vítimas mulheres da América Latina, especialmente brasileiras e colombianas.Reportar Erro
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Fundadora da ONG acredita que curso pode preparar mulheres aos desafios da profissão. (Foto: Getty Images) 




