Menu
Menu
Busca terça, 14 de janeiro de 2025
Senar Curs Tecnico - Jan24
Economia

Inflação de novembro na capital é a menor dos últimos 18 anos

As quedas em energia elétrica, combustíveis e artigos de uso pessoal foram os grandes responsáveis pela deflação

13 dezembro 2018 - 11h48Da Redação com Assessoria

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) encerrou o mês de novembro com deflação de -0,10%, indicador muito menor que outubro desse ano, quando ficou em 0,78%. O resultado é o mais baixo dos últimos 18 anos, no comparativo entre os meses de novembro, segundo o do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp.

De acordo com o coordenador do núcleo, Celso Correia de Souza, essa taxa só superou a registrada em novembro no ano 2000, quando foi de -1,02%. "As quedas de energia elétrica, combustíveis e artigos de uso pessoal foram os grandes responsáveis por essa deflação em Campo Grande", revela.

Os índices dos grupos que mais contribuíram foram: Habitação, com taxa -0,87% e contribuição de -0,10%; Transportes, com indicador -0,44% e participação de -0,07%; Despesas Pessoais, com -0,78% e contribuição de -0,07%; e Vestuário, com deflação de -0,55% e contribuição de -0,04%. Evitando que a queda da inflação fosse maior, ficaram Alimentação, com inflação de 0,47% e contribuição de 0,12% para o índice; e Educação, com inflação de 1,03% e colaboração de 0,06%. O grupo Saúde permaneceu estável.

O comportamento de deflação apresentando em novembro fez regredir, ainda, a inflação acumulada, que em outubro beirou a meta do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o país em 2018. Contando os 11 meses de 2018, o acumulado está em 3,56%; já em 12 meses, o indicador é de 3,99%, abaixo do centro da meta inflacionária do CMN, que é de 4.5%.

Para o pesquisador da Uniderp, o resultado não era esperado para o período, porém deu sinais que a inflação deste ano ficará dentro da meta inflacionária. "A estabilização do valor do dólar frente ao real pode acabar por influenciar o índice de inflação, com quedas de preços de alguns produtos importados como o trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos, gasolina e produtos natalinos em geral. Por outro lado, o dólar num patamar mais baixo pode também dificultar as exportações de uma série de commodities brasileira, principalmente, milho, soja e carne bovina, está última já apresentando reflexos de redução de preços no mercado interno na maioria dos cortes", complementa Celso.

O professor informa, também, que os fatores que poderão ainda ajudar na redução da inflação neste ano são o nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia e o grau de endividamento da população, fatores que motivam a queda de consumo, inclusive, em produtos de alimentação.

Segmentos

O grupo Habitação apresentou uma forte deflação em seu índice, -0,87%, em relação ao mês anterior. O resultado foi motivado, principalmente, pelas reduções de produtos e serviços como: vassoura (-5,12%), energia elétrica (-4,06%), desinfetante (-2,40%), sabão em pó (-1,42%), entre outros.

Já a Alimentação apresentou alta de 0,47%. As maiores elevações foram identificadas com a cebola (37,68%), tomate (34,45%), maracujá (33,55%), entre outros. Reduções de valor ocorreram com: limão (-33%), abacaxi (-26,73%), melão (-26,04%), entre outros.

Para Celso, a inflação do grupo é reflexo do clima severo nas regiões produtoras de alimentos, principalmente, frutas e legumes, que tiveram reajustes de preços e queda na qualidade. "O grupo Alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor, por se tratar de alimentação. Ele sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos", explicou o pesquisador da Uniderp.

Dos quinze cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, a maioria teve quedas de preços. São eles: filé mignon (-8,90%), paleta (-4,29%), ponta de peito (-3,02%), contra filé (-2,70%), coxão mole (-0,95%), costela (-0,71%), acém (-0,46%) e vísceras de boi (-0,38%). O lagarto e a picanha ficaram valores estáveis. As altas foram constatadas apenas com cupim (5,63%), patinho (3,85%), fígado (3,40%), músculo (2,02%) e alcatra (2,09%).

Quanto a carne suína, tiveram quedas de preços a bisteca (-4,55%) e a costeleta (-2,11%); e o pernil aumento de 3,89%. O frango resfriado subiu 1,20% e miúdos permaneceram estáveis.

O grupo Transportes apresentou deflação de -0,44% em novembro, devido a quedas de preços do etanol (-2,47%), gasolina (-1,22%), diesel (-1,11%) e das passagens de ônibus interestadual (-0,45%).

A Educação fechou em 1,03%, devido a aumentos de preços em artigos de papelaria.

Seguindo comportamento contrário, o grupo despesas pessoais ficou abaixo de outubro: -0,78%. Produtos que registram alta no segmento pesquisado foram: protetor solar (4,40%), creme dental (3,07%), sabonete (1,51%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com hidratante (-3,57%), ingresso de cinema (-3,28%), cabeleireiro (corte e tintura) (-2,86%), entre outros.

A Saúde, em novembro, permaneceu estável e o grupo Vestuário apresentou deflação de -0,55%. Os aumentos mais significativos foram com: vestido (6,96%), sandália/chinelo feminino (6,07%), short e bermuda masculina (4,94%). As principais reduções de valor acontecerem com: camisa masculina (-7,37%), saia (-7,35%), sapato masculino (-6,77%), entre outros.

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Fiscalização de Pix não afetará autônomos, esclarece Receita
Economia
Fiscalização de Pix não afetará autônomos, esclarece Receita
Reservatórios alcançarão pico de produção na década de 2030
Economia
Empurrado pelo pré-sal, petróleo assume topo da pauta de exportações
Fachada Banco Central
Economia
Mercado financeiro projeta inflação de 5% em 2025
Em 26 anos, inflação do país ficou acima da meta por oito vezes
Economia
Em 26 anos, inflação do país ficou acima da meta por oito vezes
Procon-MS aponta diferença de até 340% em mensalidades escolares na Capital
Economia
Procon-MS aponta diferença de até 340% em mensalidades escolares na Capital
Previdência Social
Economia
INSS reajusta benefícios em 4,77% a partir de fevereiro de 2025
União arrecadou mais de R$ 10 bilhões com venda de petróleo e gás natural em 2024
Economia
União arrecadou mais de R$ 10 bilhões com venda de petróleo e gás natural em 2024
Campo Grande foi a quarta capital com a maior inflação em 2024
Economia
Campo Grande foi a quarta capital com a maior inflação em 2024
IBGE apresentou índices da inflação
Economia
Inflação oficial do país em 2024 é de 4,83%, acima do limite da meta
Lojistas acreditam que inadimplência do consumidor será desafio em 2025
Economia
Lojistas acreditam que inadimplência do consumidor será desafio em 2025

Mais Lidas

Caso aconteceu dentro da DERF
Polícia
AGORA: Investigador da Polícia Civil morre em delegacia da Capital
"Parece um frango de padaria": vídeo picante de Gracyanne Barbosa vaza na internet
Geral
"Parece um frango de padaria": vídeo picante de Gracyanne Barbosa vaza na internet
Youssif Domingos que assume a Secretaria de Governo da Capital
Política
Youssif assume Secretaria de Governo da Capital
Policial que morreu em delegacia de Campo Grande tinha 51 anos
Polícia
Policial que morreu em delegacia de Campo Grande tinha 51 anos