O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) encerrou o mês de novembro com deflação de -0,10%, indicador muito menor que outubro desse ano, quando ficou em 0,78%. O resultado é o mais baixo dos últimos 18 anos, no comparativo entre os meses de novembro, segundo o do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp.
De acordo com o coordenador do núcleo, Celso Correia de Souza, essa taxa só superou a registrada em novembro no ano 2000, quando foi de -1,02%. "As quedas de energia elétrica, combustíveis e artigos de uso pessoal foram os grandes responsáveis por essa deflação em Campo Grande", revela.
Os índices dos grupos que mais contribuíram foram: Habitação, com taxa -0,87% e contribuição de -0,10%; Transportes, com indicador -0,44% e participação de -0,07%; Despesas Pessoais, com -0,78% e contribuição de -0,07%; e Vestuário, com deflação de -0,55% e contribuição de -0,04%. Evitando que a queda da inflação fosse maior, ficaram Alimentação, com inflação de 0,47% e contribuição de 0,12% para o índice; e Educação, com inflação de 1,03% e colaboração de 0,06%. O grupo Saúde permaneceu estável.
O comportamento de deflação apresentando em novembro fez regredir, ainda, a inflação acumulada, que em outubro beirou a meta do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o país em 2018. Contando os 11 meses de 2018, o acumulado está em 3,56%; já em 12 meses, o indicador é de 3,99%, abaixo do centro da meta inflacionária do CMN, que é de 4.5%.
Para o pesquisador da Uniderp, o resultado não era esperado para o período, porém deu sinais que a inflação deste ano ficará dentro da meta inflacionária. "A estabilização do valor do dólar frente ao real pode acabar por influenciar o índice de inflação, com quedas de preços de alguns produtos importados como o trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos, gasolina e produtos natalinos em geral. Por outro lado, o dólar num patamar mais baixo pode também dificultar as exportações de uma série de commodities brasileira, principalmente, milho, soja e carne bovina, está última já apresentando reflexos de redução de preços no mercado interno na maioria dos cortes", complementa Celso.
O professor informa, também, que os fatores que poderão ainda ajudar na redução da inflação neste ano são o nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia e o grau de endividamento da população, fatores que motivam a queda de consumo, inclusive, em produtos de alimentação.
Segmentos
O grupo Habitação apresentou uma forte deflação em seu índice, -0,87%, em relação ao mês anterior. O resultado foi motivado, principalmente, pelas reduções de produtos e serviços como: vassoura (-5,12%), energia elétrica (-4,06%), desinfetante (-2,40%), sabão em pó (-1,42%), entre outros.
Já a Alimentação apresentou alta de 0,47%. As maiores elevações foram identificadas com a cebola (37,68%), tomate (34,45%), maracujá (33,55%), entre outros. Reduções de valor ocorreram com: limão (-33%), abacaxi (-26,73%), melão (-26,04%), entre outros.
Para Celso, a inflação do grupo é reflexo do clima severo nas regiões produtoras de alimentos, principalmente, frutas e legumes, que tiveram reajustes de preços e queda na qualidade. "O grupo Alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral, e tem grande importância para o consumidor, por se tratar de alimentação. Ele sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos", explicou o pesquisador da Uniderp.
Dos quinze cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, a maioria teve quedas de preços. São eles: filé mignon (-8,90%), paleta (-4,29%), ponta de peito (-3,02%), contra filé (-2,70%), coxão mole (-0,95%), costela (-0,71%), acém (-0,46%) e vísceras de boi (-0,38%). O lagarto e a picanha ficaram valores estáveis. As altas foram constatadas apenas com cupim (5,63%), patinho (3,85%), fígado (3,40%), músculo (2,02%) e alcatra (2,09%).
Quanto a carne suína, tiveram quedas de preços a bisteca (-4,55%) e a costeleta (-2,11%); e o pernil aumento de 3,89%. O frango resfriado subiu 1,20% e miúdos permaneceram estáveis.
O grupo Transportes apresentou deflação de -0,44% em novembro, devido a quedas de preços do etanol (-2,47%), gasolina (-1,22%), diesel (-1,11%) e das passagens de ônibus interestadual (-0,45%).
A Educação fechou em 1,03%, devido a aumentos de preços em artigos de papelaria.
Seguindo comportamento contrário, o grupo despesas pessoais ficou abaixo de outubro: -0,78%. Produtos que registram alta no segmento pesquisado foram: protetor solar (4,40%), creme dental (3,07%), sabonete (1,51%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com hidratante (-3,57%), ingresso de cinema (-3,28%), cabeleireiro (corte e tintura) (-2,86%), entre outros.
A Saúde, em novembro, permaneceu estável e o grupo Vestuário apresentou deflação de -0,55%. Os aumentos mais significativos foram com: vestido (6,96%), sandália/chinelo feminino (6,07%), short e bermuda masculina (4,94%). As principais reduções de valor acontecerem com: camisa masculina (-7,37%), saia (-7,35%), sapato masculino (-6,77%), entre outros.
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