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Economia

Reajuste dos combustíveis deverá ter pouco impacto sobre a inflação

23 setembro 2013 - 10h15Via IG
Depois de um pequeno alívio na pressão cambial e dos últimos resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), agora é a vez dos combustíveis surgirem como possível alavanca dos preços. Bancos, corretoras e consultorias já incorporam o aumento no preço nas refinarias às expectativas de inflação – ainda que o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, tenha dito que não haverá repasses até o final do ano.

Ao que parece, a maior parte das casas não acredita que a Petrobras seja capaz de se sustentar diante de tamanha defasagem nos preços, que já chega a 30% com relação aos valores praticados no mercado externo. Mas quem pensa que o impacto desse possível reajuste poderá resultar em um estouro da meta de inflação está enganado.

Na visão do professor Pedro Rossi, da Unicamp, a tendência de desaceleração do índice – já confirmada pelo IPCA-15, que apontou alta de 0,27%, levemente abaixo das expectativas – deverá compensar essa alta e, consequentemente, manter a inflação abaixo do teto de 6,5%. “Acho muito importante incorporar esse aumento, mas tenho duvidado da qualidade dessas análises, tendo em vista a nebulosidade do cenário”, diz.

Com ameaças de conflito no Oriente Médio e expectativa de retirada de estímulos nos Estados Unidos, ainda fica muito difícil antever os movimentos com relação aos preços do petróleo e seus subprodutos. “O repasse vai ocorrer, mas ainda é cedo para dizer quanto e quando”, afirma Rossi.

Assim como o dólar, que já dá sinais de estabilidade, a inflação também surpreendeu o mercado, que refez suas expectativas. Por isso, o professor entende que o reajuste é possível e não compromete a meta de inflação. "Esse cenário abre margem para o repasse sem ameaçar a meta de inflação", diz.

Elson Teles, economista do Itaú Unibanco também concorda que, diante das novas perspectivas, há espaço para um reajuste sem tocar o teto da meta fixada pelo Banco Central.

Na semana passada, o Itaú Unibanco passou a incorporar um reajuste de 6% na gasolina e de 5% no diesel – o que forçou uma revisão das expectativas para o IPCA para cima em 0,15 ponto porcentual, encerrando o ano em 6,1%.

“Esses reajustes não eliminam totalmente as defasagens dos preços domésticos para os preços internacionais, que atualmente estão em cerca de 30%”, diz o relatório divulgado em 11 de setembro. Teles lembra que essa diferença de preços é volátil e depende não só do contexto internacional – que inclui até uma possível invasão na Síria – como também da oscilação do câmbio.

A equipe econômica do HSBC prevê um aumento de 0,3 ponto porcentual no IPCA para o final do ano, graças a um possível reajuste de 10% nos combustíveis. Por ora, o banco trabalha com uma perspectiva de 5,7% de inflação para 2013 – ainda sem incorporar a correção.

Na Concórdia Corretora, o economista-chefe Flávio Combat também já refez seus cálculos, prevendo um reajuste similar ao elaborado pelo HSBC. “O ajuste virá e não deve demorar. O leilão de Libra e o balanço da Petrobras vão acelerar essa decisão”, afirma o especialista.

Apesar da correção mais forte que a do Itaú nos combustíveis, Combat prevê um impacto menor sobre a perspectiva para o IPCA – que ele eleva de 5,8% para 6%, considerando os efeitos da alta sobre os custos de frete e transporte. Para o economista-chefe, mais ajustes nas taxas de juros deverão “contrabalancear” o efeito do reajuste. A Concórdia acredita que a taxa básica de juros deverá chegar a 9,5% no final do ano.

Efeito político
O economista da Concórdia, no entanto, não descarta a influência política sobre o tema – para ele, a proximidade de um ano eleitoral poderá retardar esse processo de correção da defasagem total.

Por isso mesmo, Bruno Piagentini, analista da Coinvalores, entende que não assistiremos a um reajuste neste ano. “O governo está preocupado com a pressão popular no que tange a inflação”, diz. Para ele, os ajustes devem vir no começo do próximo ano, de forma a não interferir no resultado do IPCA para 2013 nem gerar grandes polêmicas em outubro, nas eleições.

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