Na oficina de tapeçaria da Máxima trabalham dez reeducandos. Pelo trabalho, eles recebem remuneração e remição de um dia na pena a cada três de serviço prestado. A iniciativa faz parte de parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) com uma empresa da capital. Em três meses de projeto, 37 sofás já foram confeccionados.
Os estofados seguem o estilo contemporâneo e os detentos trabalham na produção de modelos variados, como o chaise, retrátil, retrátil-reclinável, com diversos tipos e material. Eles atuam desde o corte da madeira, colagem de espumas, colocação de molas, costura de tecidos à montagem final. “Cada detento trabalha em uma etapa da produção”, explica o instrutor e coordenador da tapeçaria, Claudinei Dias Nunes.
Segundo Nunes, os reeducandos recebem o desenho do estofado a ser fabricado e as medidas que deverão possuir. O instrutor destaca o envolvimento e comprometimento com que os reeducandos realizam as atividades. “As pessoas acham que dentro do presídio é o fim do mundo, mas tamanha é a tranquilidade em trabalhar com eles, a gente é até muito mais respeitado que lá fora e o interesse deles em aprender e fazer direito é muito maior também”, garante.
Para trabalhar na oficina, além de aptidão, os reeducandos precisam ter bom comportamento e terem sido avaliados pela Comissão Técnica de Classificação. “A implantação de mais trabalhos para os internos reflete até na questão disciplinar, porque é preciso ter ‘ficha limpa’ para ser inserido”, comenta o diretor do presídio, João Bosco Correia. Outro fator importante, na opinião do dirigente, é que capacita os detentos para o mercado de trabalho. “Muitos entram aqui sem saber fazer nada e saem profissionais capacitados”, enfatiza.
O custodiado Adilson Elias, 37 anos, define o trabalho na tapeçaria da Máxima como um fortalecimento à autoestima. “É uma terapia, ajuda com a remição de pena e a gente tem uma oportunidade para quando estiver lá fora”, revela. Quanto ao dinheiro que recebe, ele garante que destina tudo para o custeio de sua mãe. “É uma forma de eu estar recompensando ela por eu ter feito o que fiz e estar aqui hoje”, diz.
Preso no Segurança Máxima por estar foragido da Justiça de Minas Gerais, o responsável pela costura dos sofás, Luís Carlos Lopes, 47 anos, garante ter encontrado no presídio o estímulo para trilhar uma vida diferente. “Aqui a gente é tratado com respeito e tem oportunidade. A pessoa que não sai mudada é porque não quer. A gente pode sair daqui tendo aprendido uma profissão”, afirma.
Segundo a direção do presídio, é uma meta da unidade prisional ampliar o número de oficinas para dar mais oportunidade de trabalho aos internos. “Já temos também uma marcenaria terceirizada funcionando e agora pretendemos fechar parceria na área de serralheria”, informa Bosco.
O Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho está localizado no Complexo Penitenciário de Campo Grande, no bairro Jardim Noroeste.Reportar Erro
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