Menu
Menu
Busca sexta, 04 de julho de 2025
Geral

Juíza destaca as alterações na lei que agilizam a adoção

Foram alterações importantes e significativas, principalmente para as crianças e adolescentes.

24 novembro 2017 - 12h09Da redação com Assessoria

Está em vigor desde quarta-feira (22) a Lei nº 13.509/2017, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para dispor sobre e adoção de crianças e adolescentes. A nova lei também altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para estender garantias trabalhistas aos adotantes, e o Código Civil para acrescentar uma nova possibilidade de destituição do poder familiar.

Segundo a juíza Katy Braun do Prado, que responde pela Coordenadoria da Infância e da Juventude de MS (CIJ), a maioria das alterações se refere especificamente aos procedimentos relativos à adoção, mas uma delas busca agilizar todos os procedimentos previstos no ECA ao estabelecer a contagem de prazos em dias corridos, diversamente do que está previsto no Código Civil.

“A alteração era desejada pelos juízes da infância, que sempre defenderam que a prioridade absoluta que deve ser dada aos casos da infância era incompatível com a contagem dos prazos em dias úteis. Também foi alterada uma norma processual civil no sentido de vedar a contagem de prazo em dobro para o Ministério Público e Fazenda Pública, permanecendo com essa prerrogativa apenas a Defensoria Pública”, explicou ela.

Sobre o acolhimento institucional de crianças e adolescentes em situação de risco, Katy esclarece que a lei diminuiu de dois para um ano e seis meses o tempo de permanência nesse serviço. Isso significa que o prazo concedido às famílias para que superem os motivos que deram causa ao afastamento da criança do lar também foi reduzido. “Se não houver melhora na situação dos pais e os parentes não se apresentarem para cuidar da criança nesse prazo, o Ministério Público deflagrará, em quinze dias, a Ação de Destituição do Poder Familiar para que a criança ou adolescente possam ser encaminhados para adoção”, enfatizou a juíza.

Uma das alterações abrangem as mães que desejam entregar seus filhos em adoção. A partir da lei, elas passaram a ter a garantia ao direito do sigilo sobre o nascimento, de modo que o suposto pai e a família extensa somente poderão ser procurados para se responsabilizar pela criança se ela assim o autorizar. E mais: em se tratando de criança registrada pelo pai, ele também deverá ser ouvido, e o sigilo das informações prestadas por ambos está garantido.

No entender de Katy Braun, isso facilita a entrega de crianças para adoção por mulheres que tiveram uma gravidez indesejada e não querem que a situação se torne pública ou conhecida de seus familiares. “Com a segurança de que seu segredo será mantido, ela poderá evitar um aborto clandestino e o abandono da criança após o nascimento. Poderá ainda procurar a justiça com a certeza de que seu filho será encaminhado para adoção, com pretendente legalmente habilitado e que tudo ocorrerá com a discrição que ela necessita”.

O apadrinhamento foi oficializado pela nova lei, embora o Projeto Padrinho tenha sido instituído em Mato Grosso do Sul pela Desa. Isabel de Matos Rocha, em junho de 2000, na Capital, e atualmente implantado na maior parte das comarcas de MS. A proposta já funciona também na maioria dos Estados. “Os excelentes resultados foram reconhecidos pelo legislador e agora todo o país deverá implantar esse projeto, que auxilia as crianças e adolescentes acolhidos a exercerem seu direito à convivência comunitária”, garantiu a coordenadora da CIJ.

Outros prazos foram definidos na Lei nº 13.509/2017: 10 dias para os pais que entregaram o filho em adoção se retratarem; prazo de 90 dias, prorrogável por igual período, para estágio de convivência nas ações de adoção; prazo de 120 dias, prorrogável por igual período, para conclusão da ação de adoção; prazo de 120 dias, prorrogável por igual período, para conclusão dos processos de habilitação de pretendentes à adoção.

A juíza destacou ainda uma importante inovação no Código Civil no art. 1.638. A Lei 13.509 acrescentou “entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção” como uma das causas de perda do poder familiar. “Isso significa que os pais que entregarem seus filhos para serem criados por terceiros, sem a intervenção do Poder Judiciário, poderão perder o poder familiar e a possibilidade de no futuro recuperarem seus filhos”, destacou Katy.

Foram alterações importantes e significativas, principalmente para as crianças e adolescentes, porque a nova norma está cobrando mais responsabilidade da família biológica e impondo prazos mais exíguos para que a rede de proteção solucione a situação das crianças afastadas de sua família. “A família adotiva passa a ser uma possibilidade mais próxima das crianças acolhidas”, concluiu a juíza.

Reportar Erro
Funlec - Matriculas

Deixe seu Comentário

Leia Também

Murilo Huff obtém guarda unilateral do filho com Marília Mendonça
Geral
Murilo Huff obtém guarda unilateral do filho com Marília Mendonça
MSVia antecipa obras de implantação de faixa adicional na BR-163 em Mundo Novo
Geral
MSVia antecipa obras de implantação de faixa adicional na BR-163 em Mundo Novo
STJ mantém condenação de homem por estupro de menina de 9 anos em MS
Justiça
STJ mantém condenação de homem por estupro de menina de 9 anos em MS
Bilhete de aposta da Mega-Sena
Geral
Mega-Sena pode pagar R$ 3,5 milhões em sorteio nesta quinta-feira
DEFRON -
Interior
Mulher investigada por tráfico de 277 kg de maconha em MS seguirá presa, decide STJ
Inscrições para estágio remunerado no TJMS são prorrogadas
Justiça
Inscrições para estágio remunerado no TJMS são prorrogadas
Fazenda clandestina usava terra indígena para esconder agrotóxico contrabandeado -
Justiça
Operação localiza agrotóxicos contrabandeados do Paraguai em terra indígena de MS
Ligação viária entre as saídas de São Paulo e Cuiabá
Geral
Atenção: Anel viário passa por obras de restauração com asfalto modificado na Capital
Imagem Ilustrativa /
Polícia
Advogada é investigada por suspeita de falsidade em transação de R$ 8,6 milhões
Foto: Embraleve elevadores
Geral
Deputados votam obrigatoriedade de elevadores para macas em edifícios

Mais Lidas

Andressa Urach faz revelação sobre HIV e leva filho ao posto de saúde
Geral
Andressa Urach faz revelação sobre HIV e leva filho ao posto de saúde
Imagem Ilustrativa
Polícia
Matador ruim de mira? Jovem escapa de ser morto a tiros no Jardim das Hortências
Caso viralizou em março deste ano
Interior
Empresários são indiciados por estupro ao coagir adolescente a molestar cavalo em MS
O autor do crime foi preso instantes depois
Justiça
Acusado de matar "Opalão do PCC" segue detido; Justiça aponta risco à ordem pública