O conflito na Faixa de Gaza atingiu novos níveis de violência desde a noite de quinta-feira (24), com ataques israelenses por toda a região resultando na morte de pelo menos 72 palestinos em menos de 24 horas, de acordo com autoridades locais de saúde.
As cidades de Khan Younis e Beit Lahiya, no sul e norte de Gaza, respectivamente, foram duramente atingidas, e em Khan Younis pelo menos 38 pessoas – em grande parte mulheres e crianças – morreram após ataques aéreos contra áreas residenciais.
Testemunhas relataram cenas de destruição, com moradores vasculhando os escombros em busca de pertences e familiares desaparecidos.
Em Khan Younis, Ahmed Sobh, um dos sobreviventes, relatou que seu primo e os filhos foram atingidos enquanto estavam em casa. Sobh descreveu o momento ao encontrar as crianças mortas sob uma coluna de concreto, afirmando que levou mais de uma hora para recuperar os corpos.
Ahmed al-Farra, outro sobrevivente, relatou a perda de 15 familiares e contou que, enquanto tentava resgatar a mãe dos escombros, foi ameaçado por tanques israelenses que miravam em sua direção.
A situação humanitária no norte de Gaza também se deteriorou rapidamente, especialmente em hospitais que já operavam com recursos mínimos. O Hospital Kamal Adwan, localizado na cidade de Jabalia, foi alvo de incursões israelenses, com forças militares posicionadas ao redor do prédio e relatos de tiros na área externa.
De acordo com Eid Sabbah, diretor de enfermagem do hospital, o ataque provocou pânico entre os pacientes. Após a retirada parcial das forças, uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) conseguiu evacuar 49 pacientes e cuidadores, transferindo-os para o Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.
O exército israelense justificou as incursões nos hospitais, afirmando que as ações se basearam em informações sobre a presença de “terroristas e infraestrutura terrorista” nos locais. Médicos de três hospitais recusaram ordens israelenses para evacuar as instalações, explicando que deixar o local significaria abandonar centenas de pacientes sem qualquer assistência médica.
No contexto diplomático, a violência tem intensificado os apelos internacionais por um cessar-fogo. Os Estados Unidos, aliados próximos de Israel, renovaram os esforços para negociar um acordo entre os israelenses e o Hamas, enquanto o grupo palestino mantém conversas com o Egito para garantir a retirada das forças israelenses e a criação de um plano de troca de prisioneiros. Uma delegação do Hamas, liderada pelo negociador Khalil Al-Hayya, chegou ao Cairo para novas rodadas de diálogo.
As negociações se mostram cada vez mais urgentes desde o início do conflito, que se agravou em 7 de outubro após um ataque coordenado do Hamas em território israelense, que resultou em cerca de 1.200 mortes e no sequestro de 250 reféns. Desde então, a resposta israelense tem sido marcada por intensos bombardeios e ataques terrestres.
Os esforços por um acordo de cessar-fogo ganharam novo impulso, com Qatar e Egito atuando como mediadores entre as partes. No entanto, qualquer acordo enfrenta entraves complexos, incluindo o posicionamento do exército israelense na região e o desafio de proteger os civis palestinos.
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