Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Pantanal Terra Nullius, visando desarticular um suposto esquema de grilagem de terras públicas e fraudes na emissão e comercialização de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) e Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE) no Pantanal sul-mato-grossense.
A operação revelou um complexo esquema envolvendo empresários, fazendeiros e servidores públicos que atuavam em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Polícia Federal, o esquema consistia em omitir, de forma dolosa, a origem pública das áreas de terra.
Quando as áreas pertenciam à União, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), órgão do Estado, não tinha competência para emitir títulos de propriedade. Contudo, os responsáveis pelo esquema manipulavam o processo administrativo, fazendo com que o trâmite se seguisse normalmente, podendo estar envolvido o pagamento de propina, até a emissão de títulos irregulares.
A fraude se dava da seguinte forma, caso não fosse identificada a origem pública da terra, o processo de titulação prosseguia de forma ilegal. Porém, se a fraude fosse percebida durante a tramitação, o processo era cancelado sob a alegação de irregularidade, com a justificativa de um erro no reconhecimento da titularidade da área.
O esquema envolvia a falsificação de documentos por empresários e fazendeiros da região, que eram inseridos em processos administrativos de titulação. A fraude tinha como alvo áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado em faixa de fronteira. O esquema criminoso afetava não só as terras públicas, mas também o meio ambiente, uma vez que áreas protegidas estavam sendo indevidamente tituladas.
Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Rio Brilhante, ambos em Mato Grosso do Sul. Além disso, a PF realizou o sequestro de bens e o bloqueio de valores superiores a R$ 3 milhões, como parte das medidas para interromper o esquema e recuperar os recursos envolvidos.
Os envolvidos poderão ser responsabilizados por diversos crimes, incluindo associação criminosa, usurpação de bens da União, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema público e infrações ambientais.
A Polícia Federal também disponibilizou um canal para denúncias anônimas, que pode ser acessado através do link https://forms.office.com/r/m75tcxze1v.
Outro Lado - O JD1 Notícias tentou contato com a Agraer, que informou estar acompanhando a operação e posteriormente dará mais detalhes.
JD1 No Celular
Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.
Deixe seu Comentário
Leia Também

"Comunidade terapêutica" ilegal é desmantelada após denúncia de maus-tratos

Mãe chega do trabalho e encontra filha de 10 anos morta a facadas dentro de casa

Jovem fica ferida ao sofrer acidente em moto de aplicativo na BR-163

Polícia apreende combustível que era vendido ilegalmente em lava-rápido

Polícia Civil identifica fornecedor de drogas após prisão de passageira em viagem em MS

Jovem é esfaqueado ao sair de festa em escola de Itaporã

Sem remédios controlados, mulher gasta além da conta e denuncia roubo em MS

Motorista morre durante acidente a caminho do trabalho em MS

Adolescente é preso após ameaçar a mãe de morte em Dourados
