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Opinião

O Refis do presidente

06 novembro 2017 - 14h47Alicio Mendes

A visita do Presidente Temer ao nosso Estado, mais precisamente ao nosso Pantanal, pode ter passado despercebida por muitos, mas não para os seus desafetos adversários políticos, especialmente os dois Deputados Federais do Estado, que fazem oposição ao seu governo. Entretanto, suas excelências, cujos desempenhos nos mandatos pouco ou quase nada mostram que se possa medir como ações voltadas para os interesses de seus eleitores, correm para os meios de comunicações para se mostrarem como verdadeiros guardiões da classe dominante, em detrimento de uma classe produtiva que é exemplo de abnegação, idealismo e trabalho que são os ruralistas, diferentemente da classe política da qual eles fazem parte, hoje seriamente corrompida, chegando a se esquecerem de seus suntuosos telhados de vidro.

Juntando-se a eles, seus colegas de Brasília, às vésperas da votação sobre o arquivamento da denuncia, na mesma linha, promovem um massacre orquestrado, não apenas ao Presidente, mas à chamada bancada ruralista, com a alegação de que os agricultores estariam sendo beneficiados com a redução do valor das multas aplicadas ao setor rural. Tempos atrás, ocupei página inteira desse mesmo Jornal, para tecer comentários sobre o novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso que considero um avanço extremamente necessário, especialmente para corrigir verdadeiras aberrações instituídas pelos dois códigos anteriores que penalizaram sobremaneira os Agricultores que receberam multas desmedidas e astronômicas, sendo que muitos deles foram induzidos pelos próprios Governos, através de políticas agrícolas inconsequentes que se arrastaram ao longo do tempo, com a implantação de lavouras perenes, dentre elas o café que durante muito tempo ostentou o título de maior economia do pais, mas para tanto permitiu o início da devastação de nossas florestas.

Outro exemplo foram os grandes incentivos promovidos pelos Governos que levaram o homem do sul e do sudeste, já degradados, a ocuparem as imensas áreas do centro-oeste e outras regiões, para desenvolverem a agricultura e a pecuária, que transformaram o Brasil num dos maiores produtores de grãos e de gado do mundo e que graças a  isso ainda continuamos de pé. Sou ambientalista, mas não sou hipócrita. Ninguém pode plantar soja nem criar boi encima de árvore. Ninguém produz soja, arroz, feijão, milho, uva, melão, melancia, mamão, manga e outras coisinhas que precisamos comer, dentro do mato. Os estrangeiros, alguns, donos de algumas ONGs que infestam o nosso Pais hoje, se esqueceram de cuidar de seus próprios países que foram devastados e vieram para cá para viverem à custa do nosso governo, para vestirem uma pele de cordeiro, explorarem e se apoderarem de nossas riquezas.

Muitos e muitos casos dessas multas se arrastam por mais de meio século, sem que nenhuma providência tenha sido tomada. Muitas foram pagas sem que se tenha conhecimento em que seus recursos foram aplicados. Certamente serviram para engordar algumas contas de campanha ou quem sabe a compra de alguns triplex por aí afora. Mas o que mais me leva a questionar esse comportamento da oposição a Temer é o fato de essa revolta política acontecer em cima dos produtores rurais, senão vejamos: em função da crise que atravessamos, muitos Gestores dos setores públicos e privados tem adotado nos estados e municípios, medidas inteligentes que são os REFIS, especialmente para eliminar ou abrandar multas do cidadão e de pessoas jurídicas. É uma correria geral em busca de tais benefícios.

Porque seria então essa gritaria toda contra se fazer o mesmo com as multas do setor rural? Não poderia o Presidente ajudar também quem produz o nosso alimento de cada dia? Não sou nem nunca fui produtor rural. Nunca tive um palmo de terra para cultivar, nem sequer um bezerro para criar, mas em função de minha profissão, convivi diuturnamente com a classe rural e sei das dificuldades e dos esforços que a labuta no campo requer. Assisti a muitas vitórias, como testemunhei tantos outros fracassos e frustrações. Considero o homem do campo acima de tudo um idealista, e pelo que ele representa para a nossa sobrevivência, merece todo o nosso respeito e consideração. 

Alicio Mendes- Médico Veterinário- Educador Ambiental

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