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Conselho de Ética ouve testemunhas contra Jean Wyllys na Câmara

09 novembro 2016 - 18h28Agência Brasil

O depoimento de testemunhas da representação contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, foi marcado hoje (9) pelo embate entre apoiadores do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e defensores de Wyllys, que responde no conselho por quebra de decoro parlamentar, por ter cuspido em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), durante a votação do pedido de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, no dia 17 de abril, na Câmara.

Posteriormente, Wyllys justificou que apenas reagiu aos insultos do parlamentar, que o teria chamado de "queima rosca", "bichinha" e "veadinho", entre outros insultos homofóbicos. Correligionários do deputado defendem que o processo contra Wyllys, no Conselho de Ética, está sendo pautado por “disputas ideológicas”. Apoiadores de Bolsonaro acusam Wyllys de ter agido de forma premeditada.

Arrolado como um dos depoentes, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) questionou a versão de que o ato foi premeditado. Segundo o deputado, no dia da votação, Wyllys teria passado por um “verdadeiro corredor polonês” quando foi anunciar seu voto na sessão de admissibilidade do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Quando Jean se dirigia para proferir seu voto, ele foi provocado com expressões como: ‘agora vai o que queima a rosca, agora vai a bichinha, agora vai a franguinha’. Essas expressões foram direcionadas ao deputado Jean pelo deputado Bolsonaro".

Luiz Sérgio também enfatizou que, após o ocorrido, Wyllys também foi alvo de cusparada durante a votação. “Ele [Jean Wyllys] cospe no deputado Jair Bolsonaro e é cuspido pelo deputado [Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ)] filho de Jair Bolsonaro. É cuspe trocado”, disse.

O depoimento de Luiz Sérgio foi rebatido pelo deputado Ezequiel Teixeira (PTN-RJ) que acusou Wyllys de tentar se vitimizar. Teixeira já foi secretário eastadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro no governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) e foi exonerado do cargo após comparar a homossexualidade a doenças como Aids e câncer e dizer que acredita na "cura gay". “Só acho que ele (Wyllys) não deve se esconder embaixo de um homossexualismo ou outra coisa para se vitimizar”, disse.

Envolvido diretamente no episódio, Bolsonaro também falou aos deputados. Em seu depoimento, ele negou ter dirigido qualquer ofensa a Wyllys. Ele relatou que disse apenas 'tchau, querida', expressão que estava sendo utilizada pelos deputados favoráveis ao impeachment e se disse vítima de perseguição. ”Está na cara que é perseguição política. Já respondi a uns 30 processos aqui, o suficiente para me rotular como mau caráter”, disse. “Eu peço renúncia do meu mandato se aparecer algo que eu tenha chamado ele disso ou daquilo”, acrescentou.

O deputado também responde a representação no Conselho de Ética por apologia a tortura. Durante seu discurso na votação da admissibilidade do impeachment, Bolsonaro prestou uma homenagem e dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo entre 1970 e 1974, durante a ditadura militar, e é acusado de tortura e do desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Durante sua gestão, cerca de 500 pessoas também teriam sido torturadas nas instalações do DOI-Codi .

O depoimento de Bolsonaro foi questionado pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) que, em seu depoimento, lembrou do caso do ex-deputado Eduardo Cunha, cassado por ter mentido durante depoimento, no ano passado, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. “O senhor disse aqui que nunca se referiu ao Jean com qualquer palavra agressiva que fosse ou qualquer tipo de xingamento, então gostaria de saber se o senhor assume o compromisso de que, se for comprovado que houve mentira, o senhor renuncia ao seu mandato?”, desafiou Braga.

Bolsonaro rebateu afirmando que Braga estava empenhado em defender Wyllys como se fose “marido e mulher”. “A acusação é sua e cabe a vossa excelência representar. Não vai colar no meu nome. Não vou entrar nisso. Se for comprovado que eu menti, que me representem no Conselho de Ética”, disse.

Durante o depoimento de Bolsonaro, o advogado de Wyllys, César Brito, pediu a juntada de um vídeo de mostraria que houve agressão preliminar contra Wyllys. “É um vídeo de um debate entre Jair Bolsonaro e um jornalista que estava no momento da votação, em que é contraditada a informação de que não houve agressão ao deputado Jean Wyllys, disse o advogado. “Há uma relação direta entre o crime de animosidade e o que está sendo investigado e parece que há um crime de animosidade pré-estabelecido”, acrescentou.

Também foram ouvidos os depoimentos dos deputados Marcus Vicente (PP-ES) e Covatti Filho (PP-RS), que disseram não ter visto discussão anterior entre Wyllys e Bolsonaro. “Havia um clima muito tenso pelo que estava acontecendo. Eu não disse que ele estavam se dirigindo um ao outro. É quase impossível se detectar todos os movimentos”, afirmou Vicente.

Os depoimentos das testemunhas começaram a ser colhidos ontem pelo colegiado. O relator do processo, Ricardo Izar Jr (PP-SP) ouviu os deputados Alberto Fraga (DEM-DF), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). Na próxima semana serão ouvidas as testemunhas de defesa de Wyllys.

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