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Brasil

Em estreia, programa de Bial se perde em discussões fragmentadas

06 julho 2012 - 10h25TV Globo / Renato Rocha Miranda / Divulgação

Estreou no fim da noite de quinta-feira (5) Na Moral, programa de debates de Pedro Bial na Rede Globo. Porém, o que era para ser um espaço de esclarecimentos e debates dos assuntos mais delicados da sociedade brasileira, virou uma rápida e rasa conversa entre famosos, anônimos e especialistas.

Abordando o tema do politicamente correto, Pedro Bial convidou para o primeiro programa o jornalista Antônio Carlos Queiroz, autor da cartilha Politicamente Correto & Direitos, o filósofo e professor Luiz Felipe Pondé, que escreveu o Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, e a atriz, humorista e psicóloga Maria Paula, além do cantor Alexandre Pires como DJ. Pautado por casos reais de anônimos, com testemunhos verdadeiros e encenações, os convidados discutiram abuso moral e sexual no ambiente de trabalho e o preconceito da sociedade brasileira. Mas, com apenas meia hora de duração e a constante interferência do apresentador para dar ritmo às discussões, Na Moral se fragmentou em pequenos esquetes de frases curtas.

No primeiro caso, Bial apresentou um casal formado por uma antiga estagiária e um chefe de uma agência de publicidade e resumiu a discussão sobre abuso sexual com a frase "as aparências podem realmente enganar". Em seguida, Na Moral abordou a mazelas do abuso moral ao mostrar uma ex-funcionária de um laboratório médico que sofria com a violência verbal do chefe. Para o caso, Bial convidou o professor Roberto Heloani, autor do livro Assédio Moral no Trabalho, para explicar rapidamente o problema.

A polêmica de racismo envolvendo Alexandre Pires e seu videoclipe da música Kong também foi colocada em pauta. Em 26 de abril deste ano, o músico foi acusado de racismo pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), logo após o lançamento do clipe, que exibe belas mulheres sambando de biquíni, homens vestidos de macacos, além da participação do jogador santista Neymar. Depois de ouvir de Maria Paula que não enquadrava a música como ato de preconceito, o músico se defendeu dizendo que nunca quis desmoralizar ninguém. Em seguida, um grupo de dançarinas e "macacos" entrou para dançar ao som da canção.

Mesmo com o curto tempo do programa, a discussão de racismo foi às ruas, com Bial entrevistando pessoas comuns. Entre as rápidas opiniões, o apresentador perguntou: "será que ao falar diferente agiremos diferentemente?" sobre como as pessoas chamavam homossexuais, afrodescendentes e outras minorias.

Como era de se esperar, Bial encarnou seu papel de cronista e finalizou o programa poetizando sobre o tema. "Politicamente correto não é fingir que mudando o nome de favela para comunidade você vai melhorar o saneamento básico".

Via Terra

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