A mineradora Samarco retomou suas atividades em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cinco anos depois do rompimento da Barragem de Fundão. A informação foi confirmada pela empresa na última quarta-feira (23), segundo o G1.
O portal já havia antecipado em 11 de dezembro a volta das atividades, que fora atestada pelo prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), mas, na ocasião, negada pelo Samarco. A mineradora havia dito que estava fazendo apenas testes; não a extração de minério.
A empresa disse que a atividade foi reativada no último dia 18, no Complexo de Germano, onde ficava a Barragem de Fundão, que se rompeu. A licença para retorno das operações foi concedida em outubro do ano passado.
Em 5 de novembro de 2015, a tragédia matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira. Desde então, ninguém foi julgado, nenhuma casa foi entregue aos atingidos e a recuperação ambiental ainda não foi concluída.
Em entrevista ao G1 no início do mês, Letícia Oliveira, do Movimento dos Atingidos por Barragens, disse que a Samarco “não resolveu os problemas que eles criaram”.
Em um comunicado no dia 11 de dezembro, Duarte Júnior disse que a volta das atividades da Samarco era “positiva” para a cidade:
“Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade”.
Segundo a Samarco, para o reinício gradual da produção, “a empresa reativou um dos seus três concentradores, no Complexo de Germano, e a usina de pelotização 4, no Complexo de Ubu. Em outubro e novembro de 2020, foram realizados testes que verificam o funcionamento elétrico-mecânico dos equipamentos necessários para garantir a segurança das operações”.
A mineradora informou ainda que vai voltar a operar com 26% de sua capacidade, uma produção prevista de oito milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A previsão é que a empresa atinja a capacidade total em nove anos.
Em nota, a Fundação Renova, criada pela Vale, BHP Billiton e Samarco para executar projetos de reparação de danos da tragédia, disse que permanece dedicada ao trabalho. Segundo a entidade, até 30 de setembro de 2020, foram destinados R$ 10 bilhões para ações de recuperação.
“Os reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo ganham forma nas primeiras casas sendo concluídas, nas ruas pavimentadas, bens coletivos em etapa final, vias iluminadas e obras de infraestrutura avançadas”, diz trecho da nota.
Ainda segundo a fundação, a água do Rio Doce já pode ser consumida e serão reflorestados 40 mil hectares de Mata Atlântica na bacia.
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