O projeto Arte nas Estações, idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, chega a Campo Grande no próximo dia 5 de setembro, com a inauguração da exposição 'Sofrência'. Esta é a primeira de três mostras sequenciais que ocuparão os 200 m² de área expositiva do Centro Cultural José Octávio Guizzo, exibindo parte do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian). Sob a curadoria de Ulisses Carrilho, as exposições foram concebidas de forma integrada, trazendo um total de 262 obras de 25 artistas.
"Quando idealizei o projeto, meu objetivo era dar visibilidade a esta rara coleção e propor um olhar contemporâneo para esses artistas e suas produções, a partir de um diálogo entre eles e o mundo em que vivemos hoje", disse o diretor executivo do Arte nas Estações, Szwarcwald.
Após o sucesso da primeira edição do projeto no interior de Minas Gerais, que atraiu quase 30 mil visitantes no ano passado, a segunda itinerância inicia-se em Campo Grande com a mostra 'Sofrência', com temporada até 20 de outubro. Em seguida, serão apresentadas as exposições A ferro e fogo, de 31 de outubro a 8 de dezembro; e Entre o céu e a terra, de 19 de dezembro a 20 de fevereiro de 2025.
Em francês, o termo naif significa “ingênuo, sem qualquer tipo de malícia”. No campo das artes visuais, a arte naïf identifica uma produção de caráter autodidata, daqueles que não tiveram acesso ao ensino formal de arte. No entanto, os temas do universo popular, abordados por artistas como o mineiro Odoteres Ricardo de Ozias, mostram que a ingenuidade que transparece à primeira vista também é capaz de revelar camadas mais complexas e profundas da realidade social representada nas telas.
O curador afirma que se trata de um termo questionável e defende a sua utilização para desmontar a ideia de inferioridade e sublinhar o texto político que estas obras carregam: "De naïf esses artistas nada tinham, eram politicamente engajados", observa Ulisses. “Essas exposições são sobre saberes que precisam ser respeitados e que não fazem parte de uma norma".
Sobre a exposição
Sofrência reúne 72 obras que têm como matriz a figura feminina e retratam cenas de convívio social, ambientes domésticos e ruas das cidades onde florescem flertes, festas e trocas de olhares. A narrativa é entremeada por versos da música sertaneja, que popularizou o termo que dá título à mostra em canções que falam de amores mal resolvidos.
Serviço
ARTE NAS ESTAÇÕES
Abertura: 05 de setembro de 2024;
Encerramento: 20 de fevereiro de 2025;
Exposição inaugural: SOFRÊNCIA | Curadoria: Ulisses Carrilho
Temporada: de 05 de setembro a 20 de outubro de 2024
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