O aumento do desemprego formal em março é, segundo técnicos do governo, uma postergação das demissões que costumam ocorrer no mês de fevereiro. De acordo com o secretário de Trabalho da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, trata-se de um "movimento natural da sazonalidade", em função das contratações de fim de ano.
“Ao que parece, os empresários seguraram mais os trabalhadores, até pelo carnaval, que foi no mês de março”, disse.
Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (24) apontam que o mercado formal de trabalho apresentou um saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada em março de 2019. O saldo é resultante de um total de 1.216.177 admissões e de 1.304.373 demissões no período.
O resultado negativo não frustrou as expectativas do secretário. “Não frustra porque é um movimento natural da sazonalidade. Mês passado tivemos um volume de contratações muito acima das expectativas, inclusive do mercado. Com isso, na média entre os dois meses, o crescimento do número de postos gerados está em linha com o que se esperava”, disse Dalcolmo durante a coletiva na qual foram apresentados os números.
Em fevereiro, o saldo do número de vagas formais havia ficado positivo, com 173.139 admissões (1.453.284 admissões e 1.280.145 demissões). Com isso, no acumulado do bimestre (fevereiro/março), o saldo está em 129.943.
A expectativa do secretário é que, com o crescimento da economia, “que ainda não é forte mas tende a se acelerar ao longo do ano” - e com a aprovação reforma da Previdência -, a situação melhore nos próximos meses.
Segundo o secretário, abril costuma ser um mês “bastante positivo” devido às contratações para o Dia das Mães.
Perguntado sobre o peso que a reforma trabalhista já em vigor teve para o cenário atual, Dalcomo disse que “o emprego não se cria de maneira espontânea” e que é preciso que a economia esteja ajustada e volte a crescer para que o mercado de trabalho consiga reagir.
“A modernização trabalhista tem apresentado números muito positivos em termos de segurança jurídica, de redução do volume de ações judiciais da indústria. Houve uma queda de 35% da utilização de maneira muito pouco correta da Justiça do Trabalho”, argumentou.
Dalcomo teceu elogios às regras da nova legislação trabalhista que possibilitam contratações para trabalhos intermitentes. Segundo ele, no comparativo entre os meses de março de 2019 e março de 2018 houve aumento de 50% na utilização dos contratos intermitentes.
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