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Economia

Com alta de 0,7% em julho, indústria não reverte tendência de queda no ano

02 setembro 2014 - 11h52Via Folha
A produção industrial do país em julho cresceu 0,7% na comparação com o mês anterior. O desempenho foi melhor do que a contração de 1,4% em junho ante maio e interrompeu cinco meses consecutivos de queda. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (02).

Na comparação com julho de 2013, o índice ficou negativo em 3,6%. Com esse resultado, a indústria acumulou uma perda de 2,8% neste ano.

A taxa em 12 meses encerrados em julho registrou queda de 1,2%.

O resultado de julho ficou acima das expectativas do mercado. Pesquisa da agência Reuters mostrou que a mediana das projeções na comparação com junho era de alta de 0,50%. Na relação anual, a mediana das estimativas era de perda de 3,70%.

Tendência de queda
A melhora no mês, no entanto, não inverte a tendência de deterioração da indústria neste ano. Nos cinco meses em retração (fevereiro a junho), o setor, um dos mais importantes da economia devido a seu encadeamento com serviços e agropecuária, somou uma perda de 3,5%.

A leve retomada em julho decorreu especialmente diante de forte desempenho dos chamados bens duráveis, com alta de 20,3%, impulsionada pelo aumento da produção de veículos – após meses de fraco dinamismo, demissões e férias coletivas em montadoras. Foi a maior alta desde janeiro de 2009, quando havia sido de 26,1%.

Segundo a Anfavea (associação das montadoras), a indústria automotiva se recuperou em relação ao mês de junho, produzindo 17% de veículos a mais do que em relação ao mês, mas não o suficiente para reverter o quadro do ano. Na comparação com julho de 2013, a Anfavea aponta queda de 20,5%, somando 252,6 mil automóveis, o pior resultado para o mês desde 2006.

Também ajudou a retomada da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos na produção de bens, na infraestrutura e na oferta de serviços, como transporte). A categoria apresentou alta de 16,7%, o melhor resultado desde janeiro deste ano.

Setores
Pelos dados do IBGE, a alta em julho foi generalizada: 20 dos 24 setores pesquisados produziram mais do que em junho.

De um mês para outro, os destaques positivos ficaram com informática e eletrônicos (44,1%), veículos (8,6%) e outros equipamentos de transporte (31,3%) – os dois últimos foram puxados por automóveis e motos, respectivamente.

Já as quedas mais expressivas foram registradas por alimentos (6,3%) e refino de petróleo e álcool (2,6%) – esse sob impacto da parada de refinarias da Petrobras por causa de acidentes e manutenção.

Motivos
Para André Macedo, gerente da pesquisa de Indústria do IBGE, os resultados de julho foram turbinados por dois motivos: uma recuperação "natural" após cinco meses de fraca produção e o fato de julho não concentrar tantos feriados devido ao fim da Copa do Mundo.

"O que vemos é um quadro de espalhamento do crescimento da indústria, que ocorre após um longo período de baixa. Outro fato é que tivemos um julho 'mais gordo', com mais horas destinadas à produção."

Apesar da retomada, os bens duráveis, por exemplo, não recuperam a perda de quatro meses sucessivos de retração (março a junho), quando acumulou uma queda de 30,9%.

O mesmo ocorre com bens de capital: a expansão de 16,7% em julho não zera a retração de 19,2% somada também de março a junho.

Para Macedo, a indústria ainda sofre com a maior concorrência de importados, crédito em condições menos favoráveis, juros maiores e consumo em desaceleração. Esses fatores, diz, se traduzem em estoques mais elevados.

Com muitos produtos armazenados e sem a saída esperada, a decisão dos empresários é conter a produção e desovar seus estoques.

No PIB
A ligeira recuperação veio após o baixo desempenho do PIB, que caiu 0,6% segundo trimestre.

Como o resultado do primeiro trimestre foi revisado para queda de 0,2% (contra alta de 0,2% informado anteriormente), segundo parte dos economistas, o país entrou em recessão técnica.

A indústria e os serviços ditaram o tombo do PIB do primeiro para o segundo trimestre, com quedas de 1,5% e 0,5%, respectivamente.

Sob o prisma da produção, a indústria sente os reflexos do menor consumo e a competição cada vez maior com produtos vindos do exterior.

Até mesmo os serviços, que sustentavam o PIB, já mostraram contração na esteira da crise da indústria (que contrata serviços de transporte, consultorias, empresas de terceirização e outros) e do consumo dos lares do país.

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