Menu
Menu
Busca terça, 29 de abril de 2025
Economia

Emissões para ajudar bancos e custear tarifas de luz aumentaram dívida pública em R$ 31,4 bilhões

15 dezembro 2013 - 10h38Via Agência Brasil
Atualmente acima da barreira de R$ 2 trilhões, a Dívida Pública Federal (DPF) cresceu em 2013 não apenas por causa dos juros e da necessidade de financiar os compromissos de curto prazo do governo. Destinadas a capitalizar bancos oficiais e a bancar a redução da tarifa de energia, as emissões diretas aumentaram o endividamento federal em R$ 31,368 bilhões este ano.

Não fossem as emissões diretas, a DPF ainda estaria abaixo de R$ 2 trilhões. O endividamento só não cresceu mais porque, até agosto, o Tesouro Nacional não rolou (renovou) a totalidade da DPF, emitindo menos títulos do que o volume de vencimentos. Apenas a partir de setembro, as emissões superaram os resgates e a dívida voltou a subir.

As maiores emissões diretas este ano foram os R$ 15 bilhões para irrigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 8 bilhões injetados na Caixa Econômica Federal para viabilizar o Programa Minha Casa Melhor, que financia a compra de móveis e eletrodomésticos para os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. Por meio dessas operações, o Tesouro emite títulos e repassa os papéis às instituições financeiras, que os revendem no mercado conforme a necessidade de ampliarem o capital.

Desde 2009, as injeções de títulos em bancos oficiais têm pressionado o endividamento do governo. Em relação ao BNDES, o Tesouro emitiu R$ 280 bilhões nos últimos quatro anos. Os aportes, no entanto, estão diminuindo ano a ano. Nos dez primeiros meses de 2012, as emissões diretas somavam R$ 61,8 bilhões.

No segundo semestre deste ano, o Tesouro também passou a emitir títulos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que indeniza as concessionárias de energia pela redução média de 20% nas tarifas de luz, que entrou em vigor no início do ano. Desde julho, essas operações somaram cerca de R$ 6 bilhões. O governo decidiu lançar os papéis depois de críticas por usar recebíveis (direito de receber recursos) da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

As emissões diretas diferem-se das emissões comuns porque os títulos públicos não são leiloados e têm destinatário certo. Tradicionalmente, essas emissões são usadas para converter títulos da reforma agrária e financiar exportações, mas os valores não ultrapassam R$ 1 bilhão por mês, montante considerado baixo para as operações da União.

A intensificação das emissões diretas nos últimos anos dividem a opinião dos especialistas. Economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini disse que as injeções de títulos nos bancos oficiais têm servido como fonte de preocupação para os investidores porque elevam a dívida bruta do governo, que subiu de 54% para 59% do Produto Interno Bruto (PIB) apenas de 2011 para cá.

“A dívida bruta é uma das principais ameaças para o Brasil perder o grau de investimento [garantia de que não existe risco de o país dar calote na dívida pública]. O Brasil tem perdido investimentos externos por causa da trajetória do endividamento”, explica o consultor.

Professor de economia da Universidade de Campinas (Unicamp) e especialista em política fiscal, Francisco Luiz Lopreato defende os estímulos ao BNDES. “Não existe alternativa no Brasil para incentivar o investimento privado de longo prazo a não ser o BNDES emprestar para as empresas. Como o banco cumpre um papel importante, cabe ao Estado garantir as condições para que possa ter atuação realmente ativa no financiamento das atividades produtivas”, declarou.

Principais emissões diretas em 2013
Maio: R$ 2 bilhões para o financiamento do Fundo da Marinha Mercante executados pelo BNDES
Junho: R$ 15 bilhões para o BNDES e R$ 8 bilhões para a Caixa
Julho: R$ 518 milhões para a CDE
Agosto: R$ 1,45 bilhão para a CDE
Setembro: R$ 2,05 bilhões para a CDE
Outubro: R$ 2,35 bilhões para a CDE

Total: R$ 31,368 bilhões

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Confiança do empresário do comércio é menor em abril se comparado com 2024
Economia
Confiança do empresário do comércio é menor em abril se comparado com 2024
Fundo de garantia poderá ser usado em prestações de casas
Economia
Caro, né? Índice que reajusta aluguel acumula inflação de 8,50% em 12 meses
Cartão do Bolsa Família
Economia
Beneficiários do NIS final 9 recebem parcela do Bolsa Família nesta terça
Sinduscon-MS vê com otimismo a construção civil em MS em 2025
Economia
Sinduscon-MS vê com otimismo a construção civil em MS em 2025
Foto: Diário do Transporte
Economia
Servidores estaduais irão passar o feriado com dinheiro no bolso
Dólar encerra o dia a R$ 5,68
Economia
Dólar encerra o dia a R$ 5,68
Conta de luz fica mais cara em maio
Economia
Conta de luz fica mais cara em maio
A presença de Flávio César nesta etapa inicial reforça o protagonismo de Mato Grosso do Sul
Economia
Secretário Flávio Cézar abrirá primeira audiência de debate sobre a Reforma Tributária
Bolsa Família
Economia
Beneficiários do NIS final 7 recebem parcela do Bolsa Família nesta sexta
Reprodução
Economia
Intenção de Consumo das famílias da Capital registra recuo em abril

Mais Lidas

Empresário não resistiu aos ferimentos
Polícia
Amigos lembram de legado e da pessoa que foi Neto Coelho: 'de coração enorme'
Empresário Neto Coelho morreu em SP
Polícia
Empresário de MS, Neto Coelho morre em acidente durante prova da Driver Cup em SP
A vítima faleceu ainda no local do acidente
Polícia
Mulher é jogada para fora de carro durante acidente e morre às margens da rodovia em MS
Caminhonete foi recuperada e drogas apreendidas
Polícia
Caminhonete envolvida em acidente na Gunter Hans era usada para o tráfico