Um dos principais problemas é que a inflação tende a matar as referências de preço, diz Nuno Fouto, da FIA (Fundação Instituto de Administração). "Mas é preciso tentar mantê-las e substituir os itens mais caros. Tentar fazer uma substituição com produtos que eventualmente não tenham subido tanto."
Uma das principais recomendações é elaborar um orçamento detalhado, incluindo os itens comprados em supermercados, porque a partir dele é que se podem planejar as ações mais práticas. A primeira providência, ao sair para abastecer a casa, é fazer uma lista, o que torna a compra mais objetiva e evita gastos desnecessários, seja na quantidade, seja na escolha dos produtos.
Outra recomendação é pesquisar, verificando em quais supermercados as marcas que costuma usar estão mais baratas. Mas não vale a pena fazer muitas viagens, pois o custo com combustível ou transporte pode anular a vantagem de achar um produto mais barato.
Se o preço de algum item tiver subido muito, o consumidor pode experimentar trocar por outra marca, desde que a qualidade do produto se mantenha.
Outra medida que pode ser adotada é buscar as redes atacadistas, que costumam ter produtos mais em conta. "É uma boa opção fazer estoque de itens não perecíveis em promoção. Observe a data de validade", diz Álvaro Modernell, diretor da Mais Ativos Educação Financeira.
Se não quiser estoque alto, dá para aproveitar esses preços fazendo grupos com amigos para comprar grandes quantidades, complementa. Ter dinheiro para pagar um produto à vista aumenta o poder de barganha do consumidor, afirma a planejadora financeira Annalisa Dal Zotto. "Um desconto de 10% em um cenário de inflação na casa dos 6% é vantajoso", diz.
Por esse motivo, o orçamento que é base do planejamento deve incluir uma quantia a ser poupada. Em casa, o consumidor pode reduzir o consumo de energia e água. Além de aliviar o orçamento doméstico, a medida também proporciona benefícios ambientais.
Além disso, em tempos de juros altos, só se deve tomar empréstimo se não houver alternativa.
Percepção
Nos últimos 12 meses, o IPCA, índice oficial de inflação, ficou em 6,52%, acima do teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%.
Embora a expectativa seja de que a pressão sobre os preços, principalmente de alimentos, caia no segundo semestre, o IPCA em 12 meses deve continuar em nível mais alto até o final do ano. O índice de expectativa de inflação medido pela FGV em junho mostra que 34,1% dos brasileiros estimavam inflação entre 7% e 8% neste ano.
"Se o consumidor percebe que os preços vão subir, segura o ímpeto de consumo, concentrando-se os produtos e serviços de necessidade básica", diz Angelo Polydoro, responsável pelo indicador.Reportar Erro
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Rosângela Bosolani da Silva, que compara preços e troca marcas para driblar inflação. (Foto: Davi Ribeiro/Folhapress) 



