O desempenho do setor ficou abaixo do esperado por analistas ouvidos pela agência Reuters. A expectativa era de que a produção crescesse 0,30% ante setembro. Na comparação anual, previam recuo de 3%.
Segundo o IBGE, a indústria teve queda de 3,6% em relação a outubro de 2013. Com isso, o setor acumula uma perda de 3% no ano. Em 12 meses, a taxa soma uma queda de 2,6%.
O recuo em relação a outubro do ano passado corresponde à oitava perda consecutiva nesse base de comparação.
Trajetória no ano
Neste ano, a indústria sofre com maior concorrência de produtos importados, empresários e consumidores pessimistas, juros mais altos e crédito em desaceleração.
A produção industrial iniciou 2014 em alta, mas logo passou a uma trajetória de queda que se manteve até julho, quando registrou crescimento de 0,7% - índice próximo à expansão verificada em agosto (0,6%).
Para André Macedo, gerente de pesquisa de indústria do IBGE, a indústria "melhorou" nos últimos quatro meses, mas ainda opera num ritmo fraco e não anula as perdas acumuladas do início deste ano. Março, abril, maio e junho tiveram redução da produção industrial.
"Mesmo com algum tipo de melhora, isso é insuficiente para repor as perdas", disse.
Setores
Dos 24 setores pesquisados pelo IBGE, 16 tiveram retração entre setembro e outubro, o que revela um perfil mais disseminado de perda no setor. Apenas seis ramos tiveram alta. Outros dois mostram estabilidade.
Dentre as quedas, os destaques ficaram com farmacêutica (-9,7%) e veículos (-2,2%) que "devolve" a forte alta de agosto. Também tiveram tombos expressivos os setores de minerais não-metálicos (-2,1%), borracha e plástico (-1,7%) e calçados (-3,2%).
Já os melhores desempenhos foram registrados por alimentos (2,5%), derivados de petróleo e biocombustíveis (0,9%) e equipamentos de informática e eletrônicos (4,7%).
Os dados da indústria em outubro apontam que o setor iniciou o quarto trimestre com tendência de estagnação, em consonância com a previsão de economistas de uma economia mais desaquecida no fim deste ano. Após um primeiro semestre fraco, o setor reagiu no terceiro trimestre e foi destaque positivo no PIB.Reportar Erro
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Linha de produção de calçados na Mooca, em SP; produção do segmento caiu 3,2% em outubro. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress) 



