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Casal ganha R$ 14 bilhões em batalha judicial contra a Google

Empresa foi multada por fazer que serviço disponibilizado por site de Shivaun e Adam Raff "desaparecesse" da internet

28 outubro 2024 - 14h53Pedro Molina     atualizado em 28/10/2024 às 15h28

O casal Shivaun e Adam Raff teve uma vitória judicial histórica, após processarem a gigante da tecnologia Google e, após uma batalha jurídica que se estendeu por 15 anos, a empresa foi condenada a pagar uma multa de 2,4 bilhões, valor de R$ 14,7 bilhões na cotação de hoje.

Tudo começou em junho de 2006, quando o casal lançou a plataforma Foundem, um site pioneiro de comparação de preços e projeto de paixão deles, que haviam deixado empregos com bons salários para poderem fundar o site.

No entanto, o dia de inauguração do portal também marcava o começo do fim da empresa, que foi atingida por uma penalidade de pesquisa do Google, que supostamente teria sido provocada por um dos filtros automáticos de spam do mecanismo de pesquisa.

Como o site cobrava uma taxa quando os clientes clicavam em listas de produtos de outros sites, o casal sofreu para ganhar algum dinheiro com a plataforma. "Estávamos monitorando nossas páginas e como elas estavam sendo classificadas [no sistema do Google]. Então vimos todas elas despencarem quase imediatamente", explicou Adam.

Ao programa The Bottom Line, da BBC Radio 4, Shivaun e Adam explicaram que, inicialmente, os problemas enfrentados pelo site em seu lançamento teria sido apenas um erro da plataforma de pesquisas.

O erro, no entanto, se mostrou intencional, após o casal enviar ao Google inúmeras solicitações para que a restrição automática fosse suspensa, e dois anos depois, nada ter mudado e, segundo Shivaun e Adam, não terem recebido nenhuma resposta da empresa.

Enquanto isso, o site aparecia normalmente em outros mecanismos de busca, no entanto, de acordo com Shivaun, isso não importava, já que "todo mundo usa o Google".

Foi somente no final de 2008 que o casal começou a suspeitar que a situação era mais grave do que eles inicialmente pensavam ser.

Com apenar três semanas faltando para o Natal, o casal recebeu um aviso que o site havia ficado lento e não carregava adequadamente. Inicialmente acreditando ser um ataque cibernético, "mas na verdade era só que todo mundo tinha começado a visitar o Foundem", explicou Adam.

Na época, o programa The Gadget Show, do britânico Channel 5, nomeou o Foundem como o melhor site de comparação de preços do Reino Unido.

Durante o processo o casal descobriu que essa prática, no entanto, não era algo que eles estavam sofrendo sozinhos. ""E isso foi muito importante", explica Shivaun.

Foi neste momento, ao ver o sucesso da plataforma, que eles entraram novamente em contato com o Google, "Entramos em contato com o Google e dissemos, olha, certamente [esse bloqueio] não está beneficiando seus usuários e torna impossível para eles nos encontrarem".

"Não fomos ignorados, mas recebemos uma resposta do Google no estilo 'saia daqui, vá procurar o que fazer'", afirmou Adam. "Nesse momento decidimos que precisávamos lutar", completou.

O casal então procurou a imprensa, além de levar a reclamação aos órgãos reguladores de Reino Unido, Estados Unidos e Bruxelas, na Bélgica. Foi somente em Bruxelas, onde está localizada a Comissão Europeia, que o caso tomou tração, com o início de uma investigação antitruste a partir de novembro de 2010.

"Uma das coisas que eles nos disseram foi que, se esse era um problema sistêmico, por que éramos as primeiras pessoas que chegavam até lá", comentou Shivaun. "Dissemos que não tínhamos 100% de certeza, mas suspeitávamos que as pessoas estavam com medo, porque todas as empresas na internet dependem essencialmente do Google para a força vital que vem do tráfego", completou.

Durante o julgamento realizado em 2017, a Comissão Europeia concluiu que a plataforma havia promovido ilegalmente seu próprio serviço de comparação de compras nos resultados de pesquisa, enquanto propositalmente rebaixava as plataformas criadas por concorrentes.

Durante o julgamento, o Google foi multado por colocar outras empresas, como Trivago e Yelp, em desvantagem proposital na plataforma.

No entanto, o Google passou sete anos resistindo à condenação, mas em setembro deste ano, o Tribunal de Justiça Europeu rejeitou todos os recursos da companhia.

Apesar da vitória nos tribunais, o casal acredita que a conduta do Google continua anticompetitiva, e a Comissão Europeia continua investigando o caso.

Shivaun e Adam também buscam uma ação de danos civis contra o Google, que deve começar a ser julgada ainda no primeiro semestre de 2026.

 

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