Menu
Menu
Busca domingo, 26 de maio de 2024
Secovi
Geral

Estado brasileiro reduz pouco as desigualdades, diz estudo

08 dezembro 2017 - 18h34Da redação com assessoria

Apesar de arrecadar mais tributos que governos semelhantes, o Brasil é ineficaz em reduzir a desigualdade de renda na comparação com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), informou hoje (8) o Ministério da Fazenda. Segundo o relatório Efeito Redistributivo da Política Fiscal, produzido pela Secretaria de Acompanhamento Econômico da pasta, o sistema tributário brasileiro funciona como um “Robin Hood às avessas”, que tira do pobre para dar aos mais ricos.

Produzido com base nos dados de 2015, o documento concluiu que o Brasil é o país mais desigual, antes e depois da cobrança de tributos e das transferências de renda, em relação às nações da OCDE – grupo dos países mais industrializados ao qual o governo brasileiro fez pedido para ingressar.

De acordo com o relatório, a baixa redistribuição de renda no Brasil não resulta de uma baixa arrecadação tributária, mas da forma que o Estado brasileiro cobra os tributos e devolve os recursos arrecadados para a sociedade na forma de serviços públicos. “Vários países com carga tributária no mesmo patamar do Brasil têm desempenho redistributivo muito melhor, como, por exemplo, o Reino Unido, que tem praticamente a mesma carga tributária do Brasil”, destacou o texto.

Em relação aos países latino-americanos que fazem parte da OCDE, o relatório constatou que somente o México e o Chile registram desigualdade de renda em níveis semelhantes (embora pouco menores) aos do Brasil após as transferências e os tributos. A Seae, porém, ressalta que a carga tributária – peso dos tributos sobre a economia – no Brasil é bastante superior à dos dois países.

Aposentadorias e pensões

De acordo com o levantamento da Seae, as aposentadorias e pensões respondem por 80% das transferências monetárias no Brasil, contra 50% na União Europeia e 33% no Reino Unido. Isso ocorre por causa de benefícios como a aposentadoria rural, que funciona como um mecanismo de transferência de renda dentro da Previdência Social.

Em linha com o relatório divulgado pelo Banco Mundial no mês passado, o estudo da Seae conclui que as aposentadorias criam uma distorção nos mecanismos de transferência de renda. Segundo o documento, o Brasil transfere pouca renda para os 10% mais pobres da população e distribui muitos benefícios para os domicílios 40% mais ricos, com renda familiar per capita de 1,5 salário mínimo.

“Apesar da elevada carga tributária para o nível de renda per capita brasileiro e as elevadas transferências monetárias, o Brasil transfere pouco para os 10% de menor renda vis-à-vis países da União Europeia e essa diferença está ligada ao regime previdenciário, que concentra a distribuição de benefícios para os domicílios nomeio e na parte superior da distribuição de renda, e não nos domicílios de menor renda”, destacou o documento.

Tributação sobre os mais ricos

Em relação a um eventual aumento do Imposto de Renda (IR) para os mais ricos, o relatório constata que uma tributação mais progressiva – que onere os mais ricos em relação aos mais pobres – melhoraria a distribuição de renda. O documento, no entanto, destaca que metade dos trabalhadores com carteira assinada, que ganham cerca de dois salários mínimos, estão contemplados com a isenção de IR.

De acordo com o relatório, a cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos, que tributa os mais ricos e há 22 anos não é praticada no Brasil, o valor arrecadado seria insuficiente para melhorar significativamente a redistribuição de renda. O mesmo ocorreria com a aplicação da mesma alíquota do Imposto de Renda Pessoa Física para as micro e pequenas empresas que declaram pelo Simples Nacional e para as médias empresas, que declaram pelo lucro presumido. Para a Seae, essas duas medidas resultariam em elevação da carga tributária, que reduz a competitividade da economia brasileira no exterior.

Reportar Erro
Assembleia - Maio24

Deixe seu Comentário

Leia Também

Imagem: Arquivo/
Justiça
Justiça mantém anulação de acordo de desmatamento no Parque dos Poderes
Campanha do Agasalho
Geral
Areias da Esperança promove 'Campanha do Agasalho' para arrecadar roupas de frio
Mutirão para emissão de RG de PCDs
Geral
Prefeitura de Campo Grande realiza mutirão para emissão do novo RG de PCDs
Bilhete de aposta da Mega-Sena
Geral
Mega-Sena sorteia prêmio acumulado de R$ 47 milhões neste sábado
Vai pagar? Netflix aumenta preços de assinaturas no Brasil; confira os valores
Geral
Vai pagar? Netflix aumenta preços de assinaturas no Brasil; confira os valores
Atendentes na nova sede do Procon-MS
Geral
Após suspensão, Procon-MS retoma atendimentos por telefone e adota tecnologia VoIP
Tony Ramos deixa o hospital após passar por duas cirurgias cerebrais
Geral
Tony Ramos deixa o hospital após passar por duas cirurgias cerebrais
Sérgio Longen, presidente da FIEMS
Geral
Dia da Indústria: Longen destaca avanço do setor em Mato Grosso do Sul
Energisa abre turmas exclusiva para mulheres em curso de eletricista
Geral
Energisa abre turmas exclusiva para mulheres em curso de eletricista
Mega-Sena promoveu mais um sorteio
Geral
Mega-Sena acumula e prêmio salta para R$ 47 milhões

Mais Lidas

Amalha trabalhava como corretora de imóveis
Polícia
Corretora foi morta a pauladas por 'amigo' após não entrar em esquema de golpe
Amalha foi vítima de três sessões de espancamento antes de ser morta em Porto Seco
Polícia
Amalha foi vítima de três sessões de espancamento antes de ser morta em Porto Seco
Amalha era corretora de imóveis
Polícia
AGORA: Choque prende um dos autores do assassinato da corretora Amalha Mariano
O caso foi registrado na Depac Cepol em Campo Grande
Polícia
Mulher é ameaçada de morte por agiota na Capital: 'vai pagar por bem ou por mal'