Menu
Menu
Busca terça, 29 de julho de 2025
Política

Cassado em 1992, Fernando Collor diz que impeachment não é golpe

30 agosto 2016 - 17h32Agência Brasil

Primeiro presidente na história do país a sofrer um impeachment, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) subiu nesta terça-feira (30) à tribuna do Senado para declarar que votará favorável ao impedimento da presidenta afastada Dilma Rousseff.

Ao embasar seu voto, o ex-presidente aproveitou para provocar movimentos que, em 1992, pediram a sua condenação e hoje defendem o governo petista. “Faço minhas, hoje, as palavras de dois documentos daquele período”, disse, citando primeiro uma nota assinada em 1º de julho de 1992, por várias entidades, entre elas Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), CGT, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Inesc.

“O primeiro [documento] diz: 'a constatação de que a crise que abala a nação não é, como se pretende insinuar, nem fantasiosa, nem orquestrada, porém, originada do próprio Poder Executivo, que se torna, assim, o único responsável pela ingovernabilidade que ele mesmo criou e que tenta transferir para outros setores da sociedade'. Como disse, faço minhas, hoje, as palavras acima”, disse Collor.

Em seguida, o senador citou outra nota, também da época de seu impeachment, assinada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que diz: “O país não vive, como alardeiam setores mais radicais, qualquer clima de golpe até porque a nação não suporta mais tal prática. O que o povo brasileiro deseja, e tem manifestado seguidamente, é a decência e a firmeza traduzidas na transparência e probidade no trato da coisa pública”.

No discurso, Collor lembrou detalhes do processo que sofreu em 1992, que culminou na sua condenação pelo Parlamento e afastamento da política por 14 anos – embora tenha sido absolvido posteriormente dos crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para ele, o que ocorreu há 24 anos foi uma injustiça, diferentemente do que ocorre hoje no Brasil. Na opinião dele, a presidenta Dilma Rousseff infringiu a lei e provocou a própria derrocada. “Hoje, a situação é completamente diversa. Além de infração às normas orçamentárias e fiscais com textual previsão na Constituição como crime de responsabilidade, o governo afastado transformou sua gestão numa tragédia anunciada. É o desfecho típico de governo que faz da cegueira econômica o seu calvário e da surdez política, o seu cadafalso”, afirmou.

O ex-presidente também rechaçou a ideia de que o que está ocorrendo no país seja um golpe institucional. Na opinião dele, o impeachment “é o remédio constitucional de urgência no presidencialismo quando o governo, além de cometer crime de responsabilidade, perde as rédeas do comando político e da direção econômica do país”.

 

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Advogado João Paulo Lacerda acompanhado do governador Eduardo Riedel
Política
"Abordagem municipalista de Riedel é modelo a ser seguido", afirma presidente do IDAMS
A inauguração aconteceu na manhã de hoje
Política
Riedel inaugura a primeira Escola Estadual do Noroeste
Reinaldo Azambuja, ex-governador
Política
Ida de Reinaldo ao PL irá "somar" para projeto de fortalecimento de centro-direita
Reunião de alinhamento dos senadores em Washington
Política
Em Washington, senadores se reúnem para alinhar debate de missão aos EUA
Foto: Marcos Donzeli
Polícia
Carreta tomba com carregamento de carne na MS-134
General Mario Fernandes
Política
General Mario Fernandes admite ser autor de plano para matar Lula e Moraes
MS apresenta projeto de PPP do Hospital Regional a investidores na Bolsa de Valores
Política
MS apresenta projeto de PPP do Hospital Regional a investidores na Bolsa de Valores
Professora Madalena -
Justiça
Candidata terá que devolver R$ 2 mil após TRE reformar decisão que exigia R$ 123 mil
Romeu Zema (Novo) -
Política
Zema quer presidência em 2026 e critica 'perseguição' a Bolsonaro
Riedel durante abertura da 99ª Reunião Ordinária do Colégio Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais
Política
Riedel reafirma meta de erradicar pobreza extrema em MS até 2026

Mais Lidas

Foto: PMMS/Divulgação
Polícia
Escova ou bala? Dona de salão de beleza é flagrada com submetralhadora no Aero Rancho
A mulher foi deixada em uma vala
Polícia
Mulher infarta e morre após sexo com amante e é jogada em vala de Terenos
Homem 'rodou' por 2h com corpo da amante morta no carro em Terenos: 'Estava sem rumo'
Polícia
Homem 'rodou' por 2h com corpo da amante morta no carro em Terenos: 'Estava sem rumo'
Foto: CM7
Polícia
Relacionamento conturbado, marcado por ciúmes, termina com mulher morta pelo marido