Menu
Menu
Busca terça, 08 de outubro de 2024
Brasil

Exército esgota capacidade de atuar como empreiteiro em obras federais

01 maio 2011 - 10h00

A Engenharia do Exército está com sua capacidade de emprego no limite e a Força não tem mais condições de atender a qualquer novo pedido de ajuda do Palácio do Planalto. A "empreiteira" Exército atende preferencialmente a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e trabalha hoje nas obras de sete aeroportos, três rodovias e na transposição do Rio São Francisco, não tendo mais como ajudar na infraestrutura dos estádios da Copa.

"Toda a nossa capacidade operativa está completamente empenhada", disse o chefe interino do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Joaquim Brandão. "Não tenho reserva", completou, sobre a falta de pessoal e equipamentos. Segundo o general, "se houver alguma emergência ou urgência", o Exército terá de "parar alguma obra para atender à necessidade premente".

Os 12 batalhões de Engenharia e Construção e os 12 batalhões de Engenharia de Combate estão envolvidos em 40 projetos, o que dá um total de 50 obras espalhadas pelo Brasil. No total, a engenharia do Exército conta 10 mil homens - 750 permanentemente envolvidos com a missão brasileira no Haiti.

Por causa das atuais limitações, o Exército não pode atender o pedido do Planalto e do governo do Espírito Santo para que a Força se envolvesse com a construção do terminal do aeroporto de Vitória. Há duas semanas, o então presidente em exercício Michel Temer - a presidente Dilma Rousseff estava na China -, chamou o general Brandão a seu gabinete para conversar com o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), e a bancada de parlamentares do Estado. Eles pediram que o Exército assumisse e executasse a obra.

Habituados a usar o Exército como "pau pra toda obra", o vice-presidente, o governador e a bancada do Espírito Santo ouviram o general dizer que não tinha como atendê-los. Ele lembrou que o Exército finaliza os projetos de pátio, pista e acesso do aeroporto de Vitória, mas não tem pessoal disponível, até dezembro, para trabalhos extras.

"Podemos entrar com a fiscalização, mas isso não adiantaria o processo em quatro meses, como gostariam os representantes do Espírito Santo", comentou.

Apesar da capacidade esgotada, a Força não pretende aumentar o corpo de oficiais da Arma da Engenharia - o número de militares que trabalham nessa área "está dimensionado para o que o Exército precisa", diz o general.

O Exército faz as obras, executa um trabalho de adestramento do seu pessoal para as emergências e ainda prepara jovens que estão prestando o serviço militar para trabalhar na construção civil, quando deixarem a tropa.

"Fazendo esse trabalho social, a empresa privada já recebe esse homens prontos", disse o general, acrescentando que 50% das obras que o Exército está executando são do Programa de Aceleração Econômica (PAC).

Segundo o general, entre as 50 obras em andamento, algumas são de difícil execução.

"Se recebemos uma missão, vamos executá-la. Sabemos que obras mais difíceis e mais complexas são entregues à Força. Aceitamos e não discutimos. Apenas executamos", disse, lembrando que as decisões do governo são "uma missão".

Mais barato

O general evita comparar o custo das obras feitas pela corporação com as tocadas pela iniciativa privada, mas diz que os dois grupos trabalham lado a lado no País. O governo, no entanto, sempre que enfrenta problema de superfaturamento de obras chama o Exército para baixar custos, sob a alegação de que, quando isso ocorre, os preços ficam pelo menos 30% mais baratas que o original.

O presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, disse que o uso dos batalhões de engenharia do Exército não desencadeou nenhum processo no tribunal. Ele preferiu não comentar sobre a participação do Exército em obras do governo. O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o tema.

Com informações da Agência Estado.

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Deslizamento de um barranco na comunidade Terra Preta
Brasil
Deslizamento de barranco no Amazonas deixa quatro desaparecidos
Joel Rodrigues/Agência Brasília
Brasil
Concurso Nacional Unificado divulga notas nesta terça-feira (8)
Foto:
Brasil
"Não há eleições sem imprensa livre", destaca Cármen Lúcia no balanço do 1º turno das eleições
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Brasil
Brasileiros repatriados do Líbano serão recebidos pelo presidente Lula
Bets são virais no Brasil
Brasil
Veja lista das 199 marcas de bets autorizadas no país pelo Ministério da Fazenda
Gusttavo Lima é acusado de lavagem de dinheiro
Brasil
Gusttavo Lima é indiciado; cantor nega ser sócio de empresa de bets
Cachorro sem raça definida
Brasil
Saúde quer imunizar 28 milhões de animais contra raiva em todo o país
Sede da Anvisa
Brasil
Anvisa prorroga proibição sobre uso de produtos à base de fenol
Nova politica de anúncio entra em vigor na segunda-feira, dia 30
Brasil
Google restringe anúncios de bets a empresas registradas na Fazenda
Ministro Luis Roberto Barroso
Brasil
Presidente do STF elogia acordo histórico para encerrar guerra por terras em MS

Mais Lidas

Frente fria chega e traz chuva para MS ainda esta semana
Clima
Frente fria chega e traz chuva para MS ainda esta semana
A vítima morreu ainda no local do acidente
Polícia
Motociclista morre ao furar a preferencial e bater em carro
Hamburgueiros do MS
Comportamento
Dia das Crianças: Hamburgueiros do MS distribuem lanches para mais de 2 mil crianças
Acidente deixou jovem entre a vida e a morte
Polícia
JD1TV: Câmera registra acidente que deixou motociclista em estado grave no Batistão