Documento do governo federal com balanço das obras da Copa-2014 mostra que os preços dos estádios da competição atingiram a marca de R$ 7,1 bilhões ao final de 2012. Isso representa um crescimento de 163% em relação ao valor previsto pela CBF para as arenas em outubro de 2007, quando o Brasil ganhou o direito de sediar o Mundial.
Ao receber o evento, a confederação estimou em US$ 1,1 bilhão o gasto com as praças esportivas, o que representava R$ 1,9 bilhão pela cotação do dólar da época. Corrigido pela inflação, de 40% no período, o valor chega a R$ 2,7 bilhões. Ou seja, é um montante que não atinge nem a metade da atual soma de orçamentos.
Esse crescimento reflete-se nos quatro levantamentos do governo feitos sobre o Mundial até agora. No primeiro, em janeiro de 2011, o custo previsto era de R$ 5,6 bilhões, sem a inclusão do Itaquerão. O valor saltou para R$ 6,6 bilhões em setembro daquele ano, já com o estádio paulista, e para R$ 6,8 bilhões, em abril de 2012, até ultrapassar o patamar de R$ 7 bilhões no último levantamento, divulgado na semana passada.
Antes do primeiro levantamento do governo, era estimado que os estádios custariam em média R$ 400 milhões. Esse valor já é próximo de R$ 600 milhões atualmente.
Essa escalada não vai parar. O Maracanã, por exemplo, tem preço de R$ 880 milhões para governo federal. Mas, com novas licitações e reajustes, esse valor já atingiu R$ 940 milhões, montante ainda não refletido no levantamento do Ministério do Esporte.
O preço do Itaquerão, estimado em R$ 820 milhões, também não inclui as arquibancadas provisórias que possibilitarão que o estádio tenha capacidade para receber a abertura da Copa. O orçamento da Arena Pernambuco, de R$ 500 milhões, também não reflete o aumento de gastos com a aceleração da obra para incluí-la na Copa das Confederações.
Quem incluiu todos os itens que restavam na obra foi o Governo do Distrito Federal em relação ao Mané Garrincha. Assim, a arena tornou-se oficialmente o primeiro estádio da Copa a ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão. Seu preço agora é R$ 1,015 bilhão, principalmente graças ao preço da cobertura que não aparecia na estimativa anterior. Tanto que o seu último orçamento era de R$ 812 milhões.
Maracanã e Manaus foram outros estádios que tiveram aumentos em seus orçamentos durante o ano de 2012.
Como apenas duas arenas foram entregues, Castelão e Mineirão, a tendência é que o valor das arenas ainda tenha de ser revisto até os números finais a serem obtidos em dezembro de 2013 quando, pelo cronograma, todos estarão prontos.
Do total de R$ 7,1 bilhões, o levantamento do governo diz que R$ 1,4 bilhão é de capital privado, R$ 3 bilhões de investimento público e R$ 2,7 bilhões por Parcerias Público-Privadas. Só que essa divisão esconde que, de fato, são os cofres públicos que vão pagar quase todas as arenas.
No capital privado, por exemplo, está todo o gasto com o Itaquerão. E metade do estádio será bancada por incentivos fiscais da prefeitura paulistana. E a outra metade terá um empréstimo a juros favoráveis do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A Arena da Baixada também é incluída como investimento privado, mas há dinheiro, indireto, da prefeitura de Curitiba e do Estado do Paraná para ajudar o Atlético-PR.
No caso das PPPs, todas as obras são bancadas com recursos públicos, dos Estados com financiamento do BNDES. Há acordos diferentes em cada local para remuneração pelo uso do estádio posteriormente ao final das obras.
Via Uol
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