"As escolas, no meu tempo, não entendiam assim e transformavam a leitura em um dever. Aí ficava uma coisa chata. Quando se revela para a criança e o jovem que a leitura é um prazer, um gozo, uma coisa gostosa de fazer, eles não têm como resistir. É botar na cabeça dos professores e dos pais que a leitura tem que ser um prazer e não um dever", comentou à Agência Brasil.
O escritor não concorda com opiniões de que o uso da internet provocará o fim dos livros. "Reclamava-se tanto que os jovens não leem e aí se descobre que os jovens estão lendo. Achava-se que a internet ia acabar com a leitura, ao contrário, acho que nunca se leu tanto e se escreveu tanto quanto agora", analisou.
Zuenir disse que o temor com a internet é uma visão "apocalíptica" que não tem o menor sentido. "Eu tiro um pouco pela minha casa. A minha neta de 4 anos gosta muito de ler, gosta de tecnologia, de iPad e me ensina. Não há incompatibilidade entre a tecnologia e a leitura. Acho que são complementares. Na verdade, essa história de que vai acabar o livro ou o jornal, as pessoas que dizem isso, acabaram antes. Acho que, na verdade, há uma convivência e não um antagonismo. Há uma convergência e acredito na leitura", explicou.
O autor elogiou o fato de escolas levarem os alunos para visitar a Bienal. Para ele, o hábito da leitura deve começar nas crianças. "Isso também é uma iniciativa da maior importância". O escritor destacou o trabalho do amigo Ziraldo. "Ele tem uma responsabilidade incrível nisso, porque prepara leitores. As crianças começam a ler por meio do Ziraldo e depois vão embora, porque quando se descobre o prazer da leitura não se abandona mais", defendeu.
A escritora Thalita Rebouças, autora de 15 livros e que faz sucesso entre os adolescentes, explicou que eles estão lendo cada vez mais e a situação agora se inverteu, porque quem não lê é que não está na moda. "Quando eu comecei há 13 anos quem lia tinha vergonha de admitir. Hoje, graças a Deus, quem tem vergonha de admitir é o pessoal que não gosta de ler. O mico é não gostar de ler", disse em entrevista à Agência Brasil.
Thalita lembrou que para um autor é muito importante saber que o livro dele vai fazer parte da vida do adolescente. "É muito gratificante saber que você escreve na solidão do seu escritório e de repente aquilo sai da sua cabeça, vai para o seu computador e atinge muita gente. Mexe com muita gente, com as emoções de tanta gente. O adolescente passa por uma fase complicada com espinhas, questões, amores platônicos. Então, saber que os meus livros fazem companhia a eles é maravilhoso".
A autora destacou que como escreve sobre o cotidiano, sempre quer que os adolescentes se identifiquem com o que vão ler. "A minha preocupação é não passar lição de moral. É fazer com que eles pensem e a partir do que leem, tirem suas próprias conclusões. E tudo com muito humor. É o que eu gosto de fazer. Fazer rir", acrescentou.Reportar Erro
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