“Especificamente, (os ministros) observam que as incertezas relacionadas ao crescimento econômico global e às respostas de política econômica dos países desenvolvidos podem levar ao aumento da volatilidade dos mercados financeiros e, neste sentido, provocar desdobramentos não desejáveis para a economia mundial”, disse.
Os ministros do bloco enfatizaram que é necessário melhorar a governança internacional das estruturas globais para uma coordenação de política e prosperidade dos países. Os ministros acreditam também que, a despeito desse cenário desafiador, os países do Brics continuam a contribuir de forma decisiva para a recuperação econômica mundial.
“Eles reconheceram que o comércio e os investimentos entre os países do grupo aumentou significativamente nos anos recentes, de 2002 para cá, mas mais acentuadamente a partir da grande crise de 2008”, destacou. De acordo com o comunicado, o grupo está disposto a impedir qualquer iniciativa protecionista que afronte à Organização Mundial de Comércio (OMC), dos quais os cinco países são signatários.
Os ministros também destacaram que o sucesso do encontro de Bali, ocorrido em dezembro de 2013, tem o apoio do Brics em relação aos objetivos nos cronogramas que foram estabelecidos, de forma que se estabeleça o papel central da OMC e as regras globais de comércio. Os ministros enfatizaram a necessidade da conclusão da Rodada Doha e se comprometeram a dedicar esforços para assegurar um programa de trabalho na OMC para fortalecer uma estrutura de comércio mais equilibrada, inclusiva voltada para o desenvolvimento.
A Rodada Doha é um ciclo de negociações para liberalização do comércio mundial, iniciado em 2001. Os principais impasses estão nas negociações entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos nos setores de agricultura, facilitação de comércio, dos serviços e manufaturados.
Outro ponto apontado no documento foi um estudo preparado pelo Grupo de Relações para Assuntos Econômicos e Comércio (CGETI, na sigla em inglês), que faz recomendações importantes para agregar valor às exportações entre os países do Brics e garantir que o comércio seja mais sustentável.
Os ministros de comércio do bloco também reafirmaram a importância do diálogo contínuo sobre acordos de investimentos internacionais e enfatizaram a necessidade de fortalecer a cooperação no comércio eletrônico entre os países do Brics.
Hoje (15), durante a reunião de Cúpula, os chefes de Estado dos cinco países vão deliberar sobre a criação do novo banco de desenvolvimento do bloco, que financiará projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Também deverá ser criado o Arranjo Contingente de Reservas – linha de defesa adicional para os países do bloco em cenários de dificuldade de balanço de pagamento.
Em Brasília, na quarta-feira (16), ocorrerá reunião de trabalho entre os mandatários dos países do Brics e chefes de Estado e de governo da América do Sul.
VI Cúpula do Brics
Começou, nessa segunda-feira (14), em Fortaleza (CE), a VI Cúpula do Brics. O grupo de países em desenvolvimento é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Entre os principais pontos a serem debatidos no encontro estão a formalização da proposta de criação do Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas (CRA).
O banco conjunto terá como função financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade. A Instituição Financeira terá capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias. Depois da assinatura do acordo para sua criação, o banco terá que ser aprovado pelos parlamentos dos cinco países.
A presidência do banco, que será rotativa, e o local de sede serão definidas na cúpula, em Fortaleza, bem como o conselho de administração e outras questões técnicas.
O Brasil foi o único membro que não se candidatou a sediar o banco. As opções são Xangai (China), Joanesburgo (África do Sul), Moscou (Rússia) e Nova Delhi (Índia).
Já o fundo servirá para ajudar os países do bloco em caso de dificuldades com balanço de pagamentos. O capital inicial do fundo será de US$ 100 bilhões. A China entrará com US$ 41 bilhões; o Brasil, a Rússia e Índia com US$ 18 bilhões cada; e a África do Sul com US$ 5 bilhões.Reportar Erro
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(Arte: reprodução) 




