O estudo diz que o "desafio de implementar políticas necessárias de curto prazo para a estabilidade macroeconômica durante a transição a taxas globais mais altas de juros" será mais difícil em países com eleições à vista, como Brasil, Turquia, Índia, Africa do Sul e Tailândia.
As moedas desses países estão entre as que mais sofreram no ano passado, quando o Fed (BC dos EUA) indicou, a partir de maio, que diminuiria seus estímulos de US$ 85 bilhões – ação que foi tomada no fim de 2013, quando a compra de títulos foi reduzida a US$ 75 bilhões.
Entre maio e agosto de 2013, o real, por exemplo, chegou a se desvalorizar 16% e foi a moeda que mais perdeu em relação ao dólar.
A redução da política de estímulos do Fed agora obriga mudanças nas políticas econômicas dos países emergentes, diz o Banco Mundial.
"A recuperação dos países de maior renda é bem-vinda, mas traz alguns riscos. Se as taxas de juros [nos países ricos] subirem muito rapidamente, o fluxo de capitais para os países emergentes pode cair 50% ou mais por vários meses, potencialmente provocando crises nos países mais vulneráveis", escreveu Andrew Burns, principal autor do estudo.
O relatório diz que no Brasil, apesar do aumento da taxa de juros, os empréstimos liderados por "bancos estatais continuam fortes, ampliando as vulnerabilidades".
O texto cita diretamente o Brasil em trecho sobre "complacência política, que vai exigir ajustes maiores depois" e "um custo econômico maior devido ao maior escrutínio das condições domésticas pelos mercados financeiros".
Entre os emergentes, o menor fluxo de dólares criados pelo banco central americano pode aumentar os custos de financiamento e ameaçar investimentos e aumentar os custos do serviço da dívida nos emergentes.
Sobre o câmbio, sua utilidade como "primeira linha de defesa" foi limitada "pelo risco de que o aumento no custo das importações afetaria a inflação, em países como Brasil, Índia e Indonésia".
Avanço Modesto
As previsões do Banco Mundial colocam o Brasil mais próximo do crescimento modesto do PIB dos países mais ricos, que saíram recentemente da recessão, do que dos países emergentes.
O Brasil deve crescer, segundo o estudo, 2,4% neste ano e 2,7% no ano que vem. Para 2013, estima alta de 2,2%, mais do que analistas consultados em relatório semanal do BC (2%).
Menos que os EUA, que devem crescer 2,8% e 2,9%, neste ano e no próximo. A boa notícia é que a China continuará com crescimento forte, de 7,7% neste ano e 7,5% em 2015.Reportar Erro
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(Arte: reprodução) 



