No mercado de curto prazo, distribuidoras e grandes indústrias compram energia para necessidades imediatas. As contas de luz pagas pelos consumidores acabam sendo impactadas por essa elevação, já que as distribuidoras tendem a repassar futuramente esse aumento.
A alta no preço da energia elétrica é resultado da falta de chuvas nas regiões onde estão os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por cerca de 70% da produção de energia do país. Nessa época do ano, o normal seria a elevação do nível das represas, o que não vem acontecendo.
Soma-se à falta de chuvas o aumento no consumo de energia no país, que em janeiro vem batendo recordes, devido ao calor. O resultado foi a elevação, nas ultimas semanas, do chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que nessa sexta chegou a R$ 822,83, maior valor desde 2000, quando os preços passaram a ser computados. Esse valor também é o teto fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O PLD é apurado semanalmente e reflete o custo de produção do megawatt-hora no país. Ele afeta diretamente grandes indústrias e distribuidoras de energia que compram energia no mercado livre.
Impacto na conta de luz
A maior parte da energia que as distribuidoras precisam para atender a seus consumidores está vinculada a contratos de longo prazo, com preço já definido e que não sofre nenhuma influência da variação do PLD. Entretanto, algumas dessas concessionárias precisam de mais energia do que a contratada. Esse consumo extra é pago mensalmente por elas ao preço médio do PLD.
Como o valor divulgado nesta sexta vai servir de referência durante a próxima semana, até o dia 7 de fevereiro, isso significa que, nesse período, toda a energia que as distribuidoras consumirem fora dos seus contratos de longo prazo vai custar R$ 822,83 por MWh. No dia 7, um novo PLD será divulgado e passará a ser o novo valor de referência.
A má notícia para os consumidores é que esse custo a mais pago pelas distribuidoras com a compra de energia a preços recordes será repassado à tarifa e, portanto, pode levar a aumento da conta de luz.
O presidente do conselho de administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata Ferreira, avalia que o preço da energia no mercado de curto prazo deve continuar alto pelo menos até a segunda quinzena de fevereiro. “A previsão é que a intensidade das chuvas e a melhora do nível dos reservatórios só devem acontecer a partir da segunda quinzena de fevereiro. Até lá, o PLD deve continuar alto.”Reportar Erro
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(Imagem: reprodução) 



