O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) de junho, que representa a inflação da capital, fechou o mês em 1,17%, de acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. O indicador é superior à taxa de maio (0,21%) e é o maior da série histórica do Nepes já registrado para junho, desde o ano de 1996, quando foi de 1,57%.
Na avaliação do coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, o mês de junho é, tradicionalmente, um período de inflações muito baixas, mas a greve dos caminhoneiros - que começou no final de maio - fez com que a inflação atingisse um alto patamar, afetando, principalmente, o grupo Alimentação, que fechou junho com uma alta de 3,22%, totalmente atípica para esse período.
"Já não se pode dizer que a inflação acumulada de Campo Grande fechará o ano de 2018 com índice abaixo dos 4,5%, considerado o centro da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN), como era esperado antes da greve dos caminhoneiros. O país sofreu esse impacto da paralisação que, certamente, ainda terá reflexos na inflação dos próximos meses. Além disso, outro problema que pode transcorrer ao longo do ano e influenciar no aumento inflacionário, principalmente, relativo ao grupo de Alimentação, é que a safra agrícola de grãos do biênio 2017/2018 será 7% menor que a anterior, podendo atrapalhar a regulação dos preços de produtos alimentícios", explica o pesquisador. O alto valor do dólar que, a longo prazo, pode causar inflação devido aos produtos importados como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina, também são elencados por Celso Correia.
O resultado elevado em junho foi reflexo, também, da alta no grupo habitação, que teve índice de 1,81% e peso de 0,58% para o cálculo do indicador mensal. Os outros três grupos do IPC/CG apresentaram deflações e ajudaram a segurar que a elevação da inflação de junho fosse ainda maior. Foram eles: transportes (-0,56%), despesas pessoais (-0,44%) e vestuário (- 0,54%).
No acumulado de 2018, ou seja, o total de seis meses, a inflação passou para 2,10%, um índice já muito próximo de 2,25%, que é a metade do centro da meta do CMN para o ano todo. "Não dá para afirmar que a inflação neste ano de 2018 ficará abaixo dessa meta de 4,5%, como aconteceu no ano passado, ano de 2017, em que a inflação anual foi de 2,60%", complementa Celso. No acumulado dos 12 meses, a taxa ficou em 3,43%.
Maiores e menores contribuições
Os 10 "vilões" da inflação, em junho:
• Gasolina, com inflação de 7,39% e contribuição de 0,31%;
• Energia elétrica, com inflação de 4,39% e contribuição de 0,25%;
• Gás em botijão, com inflação de 8,77% e participação de 0,22%;
• Batata, com variação de 50,34% e colaboração de 0,13%;
• Leite pasteurizado, com acréscimo de 9,34% e contribuição de 0,10%;
• Pilha, com variação de 22,32% e colaboração de 0,05%;
• Acém, com acréscimo de 5,92% e contribuição de 0,05%;
• Papelaria, com reajuste de 4,85% e participação de 0,05%;
• Costela, com elevação de 7,96% e colaboração de 0,04%.
• Alcatra, com acréscimo de 3,29% e contribuição de 0,04%;
Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:
• Diesel, com deflação de - 9,54% e contribuição de - 0,35%;
• Etanol, com redução de - 1,64% e colaboração de - 0,04%;
• Cinema, com decréscimo de - 6,68% e contribuição de - 0,04%;
• Calça comprida feminina, com baixa de - 3,84% e colaboração de - 0,02%;
• Paleta, com queda de - 7,36% e participação de - 0,02%;
• Bebidas não alcoólicas, com redução de - 2,06% e contribuição de - 0,02%;
• Blusa, com decréscimo de - 2,02% e colaboração de - 0,02%;
• Absorvente higiênico, com queda de - 7,60% e participação de - 0,02%;
• Short e bermuda masculina, com diminuição de - 3,08% e participação de - 0,02%;
• Sapato feminino, com baixa de - 3,45% e contribuição de - 0,02%.
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