Criado em 1987, o Departamento de Operações na Fronteira (DOF) foi idealizado para combater os crimes mais recorrentes na região fronteiriça do Brasil com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul. Roubo de veículos, de cargas, em propriedades rurais, golpe do seguro e outros crimes característicos vêm, então, sendo combatidos com eficácia pelo grupo, onde cinco de seus integrantes receberam até uma medalha de "Policial do Ano", idealizado pelo site carioca "Imprensa do Policial". O crime que mais exige ainda atenção policial e do grupo, entretanto, ainda é o narcotráfico.
Na semana passada, o empresário e narcotraficante Jorge Rafaat foi morto por membros de organizações criminosas brasileiras conhecidas como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho, na cidade de Pedro Juan Caballero, em uma guerra pelo liderança do tráfico de drogas na região. E o problema se agrava.
O tráfico de drogas entorpecentes na região fronteiriça brasileira não é uma questão nova. “Infelizmente, o Brasil faz fronteira com os três maiores produtores de cocaína do mundo: Colômbia, Peru e Bolívia”, afirmou o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), Oslain Campos Santana, em fala no Senado. A principal rota da droga que sai da Bolívia, Colômbia e do Peru com destino à Europa, passando pelo oeste da África, é o Brasil. Outro ponto fragilizado são os rios de fronteira, por onde a droga entra livremente, cruza o oceano em barcos e contêineres, e chega até os consumidores europeus.
Apenas nos últimos seis meses, 32 toneladas de maconha e 400 quilos de cocaína foram apreendidos em operação pelo grupo do DOF na região fronteiriça. Cerca de 150 pessoas foram presas. Segundo dados do órgão, o tráfico mais comum na região é o de "pequenas quantidades", que raramente ultrapassam 50 quilos da droga, que vão em malas em ônibus e carros pequenos. Mas também há ainda os que se arriscam mais, chamados pelo grupo de "apreensões de cavalo boi", onde traficantes "recheiam" um veículo com a droga e contam com a sorte mas, em geral, acabam pegos.
O estado de Mato Grosso do Sul, por estar na fronteira com estes países produtores, acaba se tornando "referência" brasileira em tráfico de drogas. Na última terça-feira, 21, a Polícia Civil realizou a maior incineração de drogas da história da segurança pública do Estado. No total, foram destruídas 83 toneladas de entorpecentes, que foram apreendidas pelos policiais do Estado em 30 municípios nos últimos 12 meses. Segundo informações do SIGO, apenas no mês de junho ocorreram 128 ocorrências de crimes no MS relacionadas à drogas, desde tráfico até o uso pessoal.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram um crescimento gradual nas apreensões de drogas nos últimos anos. O total de entorpecentes tirados de circulação no Estado saltou de 15,6 toneladas em 2007, para 229,1 em 2014 e 280,3 toneladas em 2015. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas, as ações de combate ao tráfico foram intensificadas e a meta neste ano é atingir 300 toneladas em apreensões, uma vez que, só nos primeiros cinco meses deste ano já foram tiradas de circulação 135,5 toneladas de drogas, contra 128,3 toneladas apreendidas no mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de 5,6%.
Após os assassinatos que aconteceram em Pedro Juan na última semana, tanto autoridades do país vizinho quanto brasileiras enviaram reforços para a região. Pelo Paraguai, mais cem policiais farão a segurança. Pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão intensificar a proteção na cidade sul-mato-grossense.
A presença policial na fronteira intensificada dá maior tranquilidade aos moradores de Ponta Porã e Pedro Juan, porém há ainda a necessidade de medidas definitivas. Em coletiva realizada pelo governador do Estado, Reinaldo Azambuja, logo após os conflitos na região, o governador afirmou que "O narcotráfico e o tráfico internacional de drogas na fronteira está com esta intensidade por causa do abandono do Governo Federal”, disse. Reinaldo insiste que a situação precisa de um maior apoio e atenção federal. "As forças armadas, as forças especiais precisão estar presentes como acontece em todos os outros países", declarou.
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