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Prisão de mulher que explorava menina em boate mostra realidade triste

23 maio 2016 - 08h00Liziane Berrocal
Dr Canela

Uma menina de 17 anos foi flagrada se prostituindo em uma boate  em Três Lagoas. Oriunda de Rondônia, ela estava na “Boate Topázio” e uma mulher de 32 anos foi presa por exploração sexual de adolescentes. A prisão aconteceu em uma data alusiva ao combate a exploração sexual de adolescentes, mas mostrou uma triste realidade, que muitas vezes, quem explora as mulheres são as próprias mulheres.

Aos 25 anos, Juliana se prostitui desde os 16 anos. Ela foi levada pelas mãos de uma mulher. “Eu enfrentei dificuldades e me chamaram para trabalhar, era uma mulher, uma conhecida e eu fui”, conta ela que tentou sair dessa vida, porém já voltou duas vezes. Ela já chegou a ganhar R$ 2500 no mês, mas agora quer trabalhar.

Ela também expõem uma realidade dolorosa. Mulheres, que em tese deveriam ter cuidado com outras mulheres, acabam levando as meninas para a prostituição e o subjugo que ela provoca na vida.  Juliana é uma personagem real, já fizemos matéria com ela, quando ela bateu em um homem que queria forçá-la a ter relações e além de tudo, ele teve coragem de fazer boletim de ocorrência contra ela.

“Eu não sei se agora é um vício, mas eu preciso sair, eu cheguei ao fundo do poço”, conta ela que garante não ter vícios. “A não ser a cervejinha no final de semana”, diz. Juliana quer ser diarista, mas é porque não aguenta mais. Ela ganha entre R$ 60 e 100 por programa, mas diz que isso não paga. “Não o que eu sinto, e isso por causa de ideia errada e ir na cabeça dos outros”, afirma.
Segundo a PRF, que fez operações de combate a exploração sexual, não existe um padrão de aliciamento, mas é normalmente ligada a pobreza, onde o abandono e as condições financeiras acabam encaminhando a criança e o adolescente, quase em regra geral, para o mundo da prostituição.

Polícia Rodoviária Federal e Conselhos Tutelares fizeram trabalhos durante a semana

Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal, no caso dessa prisão, foi fruto de um trabalho de mapeamento prévio realizado não só nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, mas em todo o Brasil, a prisão ocorreu na data de 18 de maio, dia Nacional do enfrentamento a exploração sexual de crianças e adolescentes. A data foi escolhida em alusão ao dia em que uma menina de 8 anos, (Caso Araceli) foi encontrada morta após sofrer vários tipos de violência, inclusive sexual,  no ano de 1973 no Estado do Espírito Santo. Os responsáveis pelos crimes eram jovens de classe média e nunca foram punidos pelos atos praticados. 

Com a operação,  no mesmo dia 18, mais quatro crianças foram retiradas de situação de risco em razão de prisão de mãe que comercializava drogas em residência na Vila Moreninha III em Campo Grande, conforme noticiado PRF.

A Boate onde foi encontrada a menor, fica localizada na Br 262, Km 11,  já no perímetro urbano do município de Três Lagoas. A pena prevista para o crime pode chegar a 10 anos. A ocorrência foi encaminhada para Delegacia de Polícia Civil local.

Padrão de aliciamento é com amigas e outras adultas

Segundo a conselheira tutelar Cassandra Szuberski do conselho tutelar Centro, na Capital, o maior foco são meninas do interior que vem para a Capital. “Mas elas não vem de ônibus, só as mais pobres, geralmente elas são aliciadas por outras mulheres e até mesmo outras adolescentes e os motivos são diversos, mas sempre envolve dinheiro algumas assumem que é porque ter as coisas, já as mais novas são levadas pela lábia do adulto, geralmente uma outra mulher que alicia, falando que vai ganhar dinheiro, falam que ninguém vai ficar sabendo”, conta. 

De acordo com a conselheira,  caso de menina mais nova que já atenderam foi uma menina de onze anos, aliciada por uma coleguinha de 12 anos. “Eram três meninas e só descobrimos por conta de um ferimento que a menina de 13 anos tinha, e ela machucou na piscina de um motel, um dos mais caros da cidade. A de doze anos conhecia um homem que perguntou se ela não queria tomar banho de piscina com as amigas, foram levadas para o motel e lá receberiam R$ 50 cada. Eles oferecem lanches, o adulto faz a cabeça, oferece, fica em cima. Quando elas se dão conta estão em algo mais complicado e não conseguem mais sair, e no interior é pior, elas são aliciadas para as casas, boates onde elas criam uma dívida e são quase escravizadas e isso acontece e muito, não é só cena de novela”, lamenta. 

Falta de sororidade promove aliciamento entre mulheres

Provavelmente você já ouvir falar de “sororidade”, um conceito que está fortemente presente no movimento feministas – que é diferente de femista, mas é algo que em tese, deveria prevalecer entre as mulheres. 

Com origem latina, a palavra sóror, significa irmãs, um termo que chama à fraternidade, e nesse ponto de vista, a sororidade está em mulheres não julgaresm as próprias mulheres, nem atingirem elas mesmo, o que na maioria das vezes, ajudam a fortalecer estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.

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