As recentes declarações do ex-presidente americano Donald Trump sobre países que compram petróleo da Rússia, aliadas ao avanço do julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, elevaram o temor de que os Estados Unidos possam impor tarifas secundárias sobre produtos brasileiros.
Diplomatas afirmam que diversos fatores indicam essa possibilidade. O principal deles é a crescente impaciência de Trump com a falta de disposição do presidente russo, Vladimir Putin, para negociar o fim da guerra na Ucrânia.
Na quinta-feira (4), em conversa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes europeus, Trump criticou países da União Europeia que ainda compram gás e petróleo russos e cobrou um esforço coordenado para sufocar a economia de Moscou, pressionando também a China.
O alerta coincide com o vencimento do prazo de 50 dias dado por Trump para que Putin aceitasse negociações de paz, sob ameaça de impor tarifas secundárias a países que mantêm comércio de petróleo, gás e outros produtos com Moscou – situação que inclui o Brasil.
Até o momento, apenas a Índia foi alvo direto de tarifas secundárias, devido ao aumento expressivo de seu comércio com a Rússia. Agora, a atenção se volta ao Brasil, que ampliou significativamente suas importações de diesel e fertilizantes russos.
Dados do Ministério da Indústria e Comércio apontam que, em 2024, o país importou US$ 6,2 bilhões em combustíveis russos, alta de 18,6% em relação a 2023, e US$ 3,7 bilhões em fertilizantes, aumento de 4,4%.
Além da conjuntura internacional, Trump mantém pressão política direta sobre o Brasil, criticando o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Fontes próximas às negociações com a Casa Branca indicam que o governo Lula já trabalha com a expectativa de novas sanções.
Segundo essas fontes, a intenção de Trump vai além de proteger Bolsonaro ou se opor ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A avaliação é que o republicano busca influenciar a política brasileira e, especialmente, as eleições presidenciais de 2026, tentando garantir um “governo dócil em Brasília”, alinhado às suas posições ideológicas.
Se essa interpretação se confirmar, a questão do petróleo russo pode ser apenas um pretexto para aumentar a pressão dos Estados Unidos sobre o Brasil.
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Donald Trump (EFE/EPA/BONNIE CASH / POOL)



