O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, anunciou neste sábado (19) um cessar-fogo imediato na região de Sueida, no sul do país, após confrontos violentos entre tribos beduínas sunitas e combatentes da minoria drusa deixarem mais de 700 mortos, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
O cessar-fogo foi resultado de uma mediação liderada pelos Estados Unidos e envolveu também o governo de Israel, que havia bombardeado posições do exército sírio nos últimos dias.
O enviado especial dos EUA para a Síria, Tom Barrack, anunciou o acordo entre o presidente interino sírio e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Apesar do anúncio, confrontos persistiram com a chegada de grupos sunitas para apoiar os beduínos. Diante da escalada da violência, o governo sírio enviou uma força especial para reforçar a segurança local.
Em discurso na televisão, Al-Sharaa garantiu que o governo está comprometido em proteger todas as minorias e condenou os atos de violência em Sueida.
Retirada militar e tensões com Israel
Desde o último domingo (13), Sueida tem sido palco de violentos confrontos, especialmente nos arredores da cidade, reduto da comunidade drusa, ligada ao ramo xiita do Islã.
Tropas sírias haviam sido retiradas da região na sexta-feira (18), após Israel bombardear posições militares em Damasco e em Sueida, sob a justificativa de proteger os drusos, também presentes nas Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel desde 1967.
A presidência síria afirmou que a retirada teve como objetivo evitar uma guerra aberta com Israel. Ainda assim, forças governamentais foram acusadas por líderes drusos de apoiar os beduínos e cometer execuções sumárias de civis.
Situação humanitária é crítica
A escalada da violência em Sueida gerou uma grave crise humanitária, alertou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
“Os hospitais enfrentam dificuldade para atender feridos e doentes. Falta água, energia e medicamentos”, afirmou Stephan Sakalian, chefe da delegação do CICV na Síria.
No hospital público de Sueida, a funcionária Rouba relatou que a unidade está operando sem insumos básicos e já recebeu mais de 400 corpos desde segunda-feira (14).
Segundo o médico Omar Obeid, é o único centro de saúde ainda em funcionamento na cidade. “A situação é catastrófica. Não resta nem fórmula para bebês”, disse o jornalista Rayan Maaruf, editor-chefe do portal Suwayda 24.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), os confrontos deslocaram cerca de 80 mil pessoas. Antes da guerra civil iniciada em 2011, a comunidade drusa reunia aproximadamente 700 mil pessoas no país, com grande concentração na região de Sueida.
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