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Meio Ambiente

Mudanças climáticas ameaçam futuro do agronegócio brasileiro, diz pesquisa da Embrapa

Pesquisador Giampaolo Pellegrino projeta possíveis reduções na área de cultivo e necessidade de adaptação no setor

15 setembro 2024 - 16h15Carla Andréa, com Poder 360º

O agronegócio - um dos principais agentes da economia brasileira - é o setor que mais está sendo afetado pelas mudanças climáticas vistas no país e no mundo. Em 2024, a seca recorde, as altas temperaturas e as queimadas têm afetado as safras e devem provocar redução na produção e aumento nos preços de alimentos.

Esses eventos climáticos extremos devem ficar mais recorrentes, e a expectativa é que essa combinação reduza o tamanho da área para a produção agrícola das principais culturas do Brasil.

Para Giampaolo Pellegrino, pesquisador da área de mudanças climáticas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e engenheiro florestal, essa situação trata-se de um alerta para o país que é chamado de “celeiro do mundo” e para o próprio agronegócio adaptar métodos e acabar com as práticas de desmatamento e queimadas para abrir espaço para as lavouras. “A planta tem uma capacidade térmica. Se aumenta a temperatura, pode ultrapassar o limite fisiológico dela", afirmou.

Cenários futuros

A pesquisa da Embrapa considera cenários pessimistas e mais otimistas do aquecimento global para estimar a área potencial de cultivo das principais culturas do agro nacional.

No pior cenário, com as temperaturas subindo mais nas próximas décadas, a área para produção de soja pode reduzir 15% até 2050 e 26% até 2070. Os mais de 2.462 municípios produtores em 2020 podem cair para 1.833 no pior cenário, até 2070.

Para as plantações de café, na comparação com a área potencial de cultivo de 2020, a extensão das terras propícias deve reduzir de 11% a 12% até 2050, e de 22% a 30% até 2070. Essa semente, cultivada em 1.132 cidades, pode chegar a 821 municípios produtores. 

No caso das culturas mais típicas do clima tropical, como a mandioca e a cana-de-açúcar, o impacto tende a ser menor ou até ter efeito inverso. Essas plantações são acostumadas com temperaturas mais altas. Com mais áreas do Brasil ficando mais quentes nas próximas décadas, mais terras poderão receber essas produções.

“Esse é o caso da mandioca, por exemplo. No Nordeste, onde ela é base da agricultura e da alimentação, essa é uma cultura que já está no limite térmico e hídrico e poderia perder áreas se ficar mais quente. Mas poderia ganhar terras potenciais no resto do país, como nas regiões mais ao sul que ficarão mais quentes”, afirma Pellegrino.

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Adaptação do setor

De acordo com o pesquisador da Embrapa, há uma necessidade de adaptação do ciclo das culturas e de adoção de boas práticas na agricultura brasileira. Alguns exemplos são as técnicas de manejo da água para irrigação, manejo e conservação do solo, uso de material genético mais resistente a altas temperaturas. Além da necessidade de preparar as lavouras para minimizar os impactos dos eventos climáticos extremos.

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