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Opinião

"O Governo do Brasil não está preparado para o futuro"

24 janeiro 2011 - 00h00Mariana Bianchi
Neste momento, o Brasil está dividido. Em uma parte, pessoas buscam auxílio e força para secar suas casas, comércios e, na maioria dos casos, um novo lugar para viver. Em outra parte, a seca atinge de tal forma que acabou com lavouras, matou gado e já contabiliza um prejuízo na ordem dos R$ 140 milhões. Para alguns especialistas e meteorologistas, tudo isso tem uma explicação já conhecida pelos brasileiros: o fenômeno climático La Niña. De acordo com o chefe de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Cavalcanti, o La Niña seria responsável pelas chuvas no Sudeste e pela seca no Sul. Em uma entrevista ao jornal Estadão, de São Paulo, ele diz que o fenômeno é recorrente e aparece entre 5 e 7 anos, com efeitos semelhantes ao que está acontecendo agora. Os estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo estão com as situações mais críticas em relação às chuvas. Só no estado mineiro, já são 81 municípios em situação de emergência. No Rio de Janeiro, não se sabe ao certo quantos são os mortos, a soma parou em 711. Os números, nada bons, assustam. Mas o pior é que as contas ainda não terminaram. Causas O fenômeno La Niña tem sido citado como o causador dos desastres no sudeste brasileiro. A temperatura da água do Oceano Pacífico fica mais fria do que o normal e como sua superfície é muito extensa, essa queda de temperatura modifica a circulação atmosférica de toda região. Isso é o La Niña. Para o presidente da ONG Rio Pardo Vivo, Charlin Camilo, o La Niña contribui, mas não é o principal responsável. “As pessoas não compreendem que as mudanças climáticas sempre existiram e desde a formação da Terra existem furacões, vulcões e terremotos”, enumera Camilo. Ele diz que as ações do homem aceleram essas mudanças, causando os chamados desastres naturais: “O sudeste é uma região montanhosa e a maioria das casas é construída em áreas de preservação e em regiões onde existe uma pequena camada de solo por cima das rochas”. Cidades serranas sem um mínimo de planejamento adequado fatalmente irão sofrer com as peripécias da natureza. Camilo alerta para as responsabilidades: “Acredito que é obrigação do governo fornecer casas a essas famílias, pois não criaram um plano diretor que coordena o modo como a cidade deve se desenvolver sem agredir o meio ambiente”. Perdas no campo Além de perder familiares, amigos, casas e estabelecimentos comerciais, os cariocas, paulistas e mineiros atingidos pelas chuvas torrenciais também contabilizam enormes prejuízos com as lavouras enxarcadas. Em Minas Gerais, os produtores estão com dificuldade para aplicar os fungicidas. A soja precisa de pelo menos duas horas com o produto na lavoura, sem chuva, para fazer efeito. Caso contrário, deve-se repetir a aplicação. O mesmo acontece na aplicação de defensivos no milho, que perde peso e, consequentemente, produtividade. Já no Rio de Janeiro, a situação é mais crítica. Propriedades foram destruídas, lavouras enxarcadas e pedras destruíram o que a água não levou das plantações. Nem os próprios agricultores sabem ainda o tamanho do prejuízo, apenas estimam valores. A Secretaria de Agricultura e a Emater-RJ projetam um prejuízo de R$ 6 milhões. A maior preocupação é com os produtores que não tinham empréstimos e aplicaram recursos próprios na lavoura. Estes não têm seguro e não possuem mais dinheiro para aplicar na recuperação das propriedades. A Secretaria de Agricultura vai estudar os casos específicos. Charlin Camilo prevê um Brasil pouco desejável: “Sinceramente, o Goveno do Brasil não está preparado para o futuro que nos aguarda”. Rede Rural Centro

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