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Opinião

O sol que vai iluminar as noites de lua do Pantanal

01 março 2021 - 15h36Jaime Verruck    atualizado em 01/03/2021 às 15h40

O jogo proposital de palavras que abre este artigo, num atrevimento emprestado do poeta Manoel de Barros, serve ao lúdico necessário para tentar dar a dimensão, ao Brasil e ao mundo, da importância da implantação de sistemas de geração de energia solar em todo o Pantanal de Mato Grosso do Sul, universalizando o acesso à energia elétrica para 100% das propriedades da região.
 
A partir de julho de 2021, cerca de 5 mil pessoas que vivem em uma área de 90 mil quilômetros quadrados do Pantanal sul-mato-grossense – o equivalente às dimensões de Portugal – abrangendo os municípios de Corumbá, Aquidauana, Coxim, Ladário, Porto Murtinho, Rio Verde e Miranda poderão substituir as velhas figuras do lampião de gás e dos geradores de energia a óleo diesel por paineis solares e baterias de lítio.
 
Mais do que um avanço tecnológico em consonância com os novos tempos, trata-se de um salto na qualidade de vida das populações ribeirinhas e dos produtores rurais, que vai proporcionar um ganho significativo para as atividades econômicas da região pantaneira, bem como a consolidação do desenvolvimento sustentável deste importante bioma.
 
Este projeto, intitulado Ilumina Pantanal, é uma realização conjunta, envolvendo o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o setor privado, por meio do Grupo Energisa, o Ministério da Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica e o Concen - Conselho de Consumidores da Energisa. Serão 2066 pequenas usinas solares instaladas, gratuitamente, a partir de julho de 2021 e encerrando em 2022. Outras 101 propriedades pantaneiras serão atendidas por meio da rede de energia tradicional.
 
Foram cerca de três anos de levantamento de toda a necessidade de energia elétrica para abastecer o Pantanal, observando-se os períodos alternados de chuva e seca e a necessidade de se chegar em áreas inóspitas e de difícil acesso. Depois de muito estudo foi definido que o modelo mais adequado seria a geração de energia solar fotovoltaica. Serão sistemas isolados de geração, com bateria de lítio, autosuficientes, que passam a compor o sistema de geração de energia do Estado.
 
O sol que vai iluminar as noites de lua do Pantanal, também vai levar mais conforto e dignidade para as residências de pescadores e ribeirinhos, que poderão ter eletrodomésticos como uma geladeira ou um freezer, impactando signitivamente no bem estar, na saúde e na geração de renda dessas famílias.
 
Para a agropecuária, principal atividade econômica na região, já reconhecida e consolidada por sua produção sustentável, a energia solar vai proporcionar um ganho efetivo com o uso de uma energia limpa e renovável. Com a disponibilidade de energia elétrica a toda a região, o turismo também poderá ser expandido para lugares com potencial ainda pouco explorados na região pantaneira.
 
Trata-se de um projeto inovador, sustentável e audacioso que deve posicionar Mato Grosso do Sul como o Estado com o maior número de placas solares instaladas em um mesmo Bioma no Brasil. Estamos trazendo o desenvolvimento sustentável de nosso Estado para um novo patamar e promovendo um salto de  dignidade e qualidade de vida ao povo pantaneiro e futuras gerações.

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