O deputado Eduardo Nantes Bolsonaro (PL-SP) foi oficialmente transformado em réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (26). Por unanimidade, a Corte decidiu aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o parlamentar pelo crime de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal, na forma do artigo 71 (crime continuado).
A decisão foi tomada no plenário virtual da Primeira Turma do STF e teve votos favoráveis do ministro relator Alexandre de Moraes e dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Com isso, Eduardo Bolsonaro passa a responder oficialmente a um processo judicial na Suprema Corte.
Como o deputado não indicou advogado de defesa, a Defensoria Pública da União (DPU) foi nomeada para representá-lo no caso.
Por que Eduardo Bolsonaro é réu?
O processo decorre de declarações públicas e postagens em redes sociais em que Eduardo Bolsonaro afirmou estar atuando para que o governo dos Estados Unidos impusesse sanções a ministros do STF, bem como a integrantes da PGR e da Polícia Federal, alegando uma perseguição política a ele e a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, “o denunciado, em diversas declarações nas redes sociais, demonstra a plena ciência da acusação que lhe é imputada, mantido o sigilo de seu endereço e estando em local incerto e não sabido, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”.
O ministro também ressaltou que Eduardo Bolsonaro “evadiu-se para os Estados Unidos da América, sem qualquer indicação de residência e sem intenção de alteração de domicílio, com a clara intenção de reiterar na prática criminosa e evadir-se de possível responsabilização judicial”.
Para Alexandre de Moraes, a grave ameaça, componente do crime de coação, se materializou na articulação e obtenção de sanções do governo dos Estados Unidos, como:
- aplicação de tarifas de exportação ao Brasil;
- suspensão de vistos de entrada de diversas autoridades brasileiras;
- efeitos da Lei Magnitsky sobre o próprio relator, que prevê restrições financeiras e comerciais.
O ministro apontou ainda que o objetivo de Eduardo Bolsonaro de favorecer interesse próprio ficou evidenciado na intenção de criar um ambiente de intimidação sobre as autoridades responsáveis pelo julgamento de seu pai.
Segundo Moraes, a atuação reiterada do deputado é um instrumento para coagir ministros do STF a interromper o curso da Ação Penal 2.668/DF, que condenou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
JD1 No Celular
Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.
Reportar ErroDeixe seu Comentário
Leia Também

LDO 2026 é aprovada com superávit previsto de R$ 34,3 bilhões

"Delirante", diz Marquinhos ao processar Adriane por fala em rádio sobre manifestação

Decisão de Gilmar Mendes provoca reação intensa entre parlamentares

Termo de Compromisso assinado em Campo Grande assegura Passe do Estudante em 2026

Câmara analisa projetos sobre habitação, educação especial e transparência

ALEMS analisa 11 propostas na sessão ordinária desta quinta-feira

Câmara aprova isenção de IPVA para veículos com mais de 20 anos

CCJR aprova licença de 18 dias para Eduardo Riedel

STJ confirma condenação de ex-vereador da Capital por esquema de funcionários fantasmas


Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro - (Foto: Marcos Corrêa/PR)




