O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), admitiu, nesta quinta-feira (24), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter idealizado o plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo Fernandes, o plano não passava de um “pensamento digitalizado”, fruto de um suposto estudo de situação pessoal, que nunca foi compartilhado com terceiros.
“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém”, afirmou.
Ainda de acordo com o general, o material chegou a ser impresso, mas apenas para facilitar a leitura. “Imprimi para não forçar a vista. Após isso, rasguei”, disse.
Contudo, investigações da Polícia Federal apontam que três cópias do plano foram impressas no Palácio do Planalto, e que quarenta minutos depois, Fernandes entrou no Palácio da Alvorada, onde estavam Bolsonaro e o então ajudante de ordens Mauro Cid.
Questionado se chegou a apresentar o plano ao ex-presidente Bolsonaro, o general negou qualquer conversa sobre o tema. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também confrontou Fernandes com informações sobre reimpressões do documento em datas diferentes, ao que ele respondeu não se lembrar e atribuiu a supostas configurações da impressora.
Investigação e plano de golpe
A admissão de Fernandes ocorre na última fase da instrução do processo que investiga o chamado núcleo 2 da organização que, segundo a PF, planejava um golpe de Estado para impedir a posse de Lula em 2023.
Segundo a delação de Mauro Cid, Fernandes era um dos generais mais ativos na defesa de uma intervenção das Forças Armadas após a vitória de Lula nas eleições. Ainda conforme a PF, Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano.
O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi revelado em operação da Polícia Federal em novembro de 2024.
A investigação identificou que o grupo, formado em sua maioria por militares das Forças Especiais do Exército, conhecidas como “kids pretos”, pretendia realizar os assassinatos no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula pelo TSE.
Além de envenenamento, o plano previa o uso de armas de guerra, incluindo fuzis, metralhadoras, pistolas e até um lança-granadas. O ministro Alexandre de Moraes era monitorado constantemente, segundo apurou a PF.
O caso segue em tramitação no Supremo Tribunal Federal, que deve decidir, após a fase de instrução, sobre o futuro dos investigados por participação na tentativa de ruptura institucional.
JD1 No Celular
Acompanhe em tempo real todas as notícias do Portal, clique aqui e acesse o canal do JD1 Notícias no WhatsApp e fique por dentro dos acontecimentos também pelo nosso grupo, acesse o convite.
Tenha em seu celular o aplicativo do JD1 no iOS ou Android.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Flávio Bolsonaro confirma candidatura à Presidência em 2026

PSDB define nova executiva em MS com Beto Pereira na presidência

Maduro pede apoio de brasileiros no mesmo dia de ataque dos EUA

LDO 2026 é aprovada com superávit previsto de R$ 34,3 bilhões

"Delirante", diz Marquinhos ao processar Adriane por fala em rádio sobre manifestação

Decisão de Gilmar Mendes provoca reação intensa entre parlamentares

Termo de Compromisso assinado em Campo Grande assegura Passe do Estudante em 2026

Câmara analisa projetos sobre habitação, educação especial e transparência

ALEMS analisa 11 propostas na sessão ordinária desta quinta-feira


General Mario Fernandes (Reprodução/CNN)



