A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou, durante sessão do Senado na última terça-feira (18), o Projeto de Lei (PL) 1904/2024, conhecido como ‘PL do Aborto’ e ‘PL da Gravidez Infantil’, e a dramatização de um feto sendo abortado, realizada durante discussão da assistolia fetal, no dia anterior.
O discurso da sul-mato-grossense chamou atenção em nível nacional por suas duras falas, criticando a encenação e a finalidade do texto, que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, com pena de até 20 anos.
“Eu queria até o telefone, o contato, daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos, sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora […] Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, disse Soraya.
Durante a fala, a senadora questionou se os parlamentares que são a favor do PL seguiriam o texto ‘à risca’ em casos de familiares serem vítimas de um estupro que resulta em gravidez.
“Pergunto para vocês: se é a filha de um parlamentar aqui, com 10 anos, com 11, com 18, com 20, que é estuprada, esse parlamentar, diante de um flagrante delito, é obrigado a denunciar. Ele vai fazer o quê? Vai denunciar a filha para 20 anos de cadeia? E se a mulher de um parlamentar for estuprada e engravidar? Se esta mulher engravidar, então este parlamentar vai fazer o quê?”, questionou.
Soraya afirmou que a discussão “é mais uma vez algo que nos choca”, e apontou que nenhum dos parlamentarem questiona a realização de vasectomias gratuitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS banca a vasectomia para quem quiser fazer, ninguém delibera sobre o corpo dos homens”.
A sul-mato-grossense reafirmou que ela e o Estado brasileiro são contra o aborto, mas que defende o procedimento nos casos já previstos na legislação atual: quando existe risco de morte à gestante, em que a gravidez ocorre em decorrência de estupro, e em caso de anencefalia do feto - todos esses que se tornariam ilegais após as 20 semanas de gestação, caso o PL seja aprovado.
“É chocante o que querem deliberar sobre o sentimento, sobre a fé de cada uma de nós brasileiras”.
Confira a fala de Soraya:
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