Algumas salas de aula possuem até avisos na parede “Proibido usar celular”, contudo a proposta da pesquisadora Fátima Eveline Vareiro Teixeira, formada pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no Mestrado Profissional em Letras, foi justamente inserir o aparelho como forma de ajudar no aprendizado dos alunos, durante as aulas de língua portuguesa. A docente utilizou o aplicativo de gravação de voz para que os alunos pudessem identificar possíveis erros, ao lerem e escutarem seus próprios textos.
Ela ressalta na pesquisa a necessidade de se trabalhar, além dos gêneros escritos, também os orais em sala de aula. Na pesquisa, os alunos participaram de uma sequência didática, em que a professora os acompanhava na leitura dos textos, depois eles faziam um resumo do texto lido e após isso gravavam o texto produzido utilizando o aplicativo do celular.
No decorrer da atividade foram identificadas algumas dificuldades em relação ao texto escrito, seja quanto à estrutura, coerência e grafia das palavras, ausência de acentuação, separação de sílabas ao final da margem, letras iniciais do parágrafo, entre outros. “Mas quando o aluno gravava a leitura com apoio do aplicativo de celular e analisava a oralização realizada, ele percebia suas incorreções, avaliando qual foi a falha e então fazia as correções”, disse Fátima Eveline Teixeira.
De acordo com o trabalho, que foi orientado pelo professor, Dr. Lucilo Antônio Rodrigues, a escola deve sim ensinar a norma culta padrão por meio das várias formas de manifestação, seja oral e principalmente na escrita, sem o receio de que os estudantes venham perder a identidade linguística.
“Estes textos orais são na verdade a expressão sonora do texto escrito, ofertado a partir do texto escrito. Na apresentação oral o aluno realiza a leitura do texto produzido, o que o autor Marcuschi chamou de ‘oralização da escrita’. Sob a premissa da escrita o texto oral se mostra coeso, pausado e argumentado, demonstrando a presença da norma quanto à estrutura, concordância e ideal pronúncia das palavras”, explicou.
A mestre, Fátima Eveline Teixeira, destaca que os desafios para a efetivação desta metodologia propõem mudanças quanto à proibição e a abertura para a integralização de tecnologias.
“É o ensino que deve se adequar à realidade escolar. É preciso buscar medidas que integrem e venham a somar didaticamente, despertando interesse, curiosidade e assim suplementar a aprendizagem. Pode-se dizer, que com a realização da pesquisa-ação houve avanços na aprendizagem dos alunos em relação à norma culta na escrita e na oralidade, pois é notável que os alunos têm se preocupado com a melhor forma de expressão oral e escrita”, concluiu.
A proposta foi realizada em 2014, na Escola Municipal Frederico Soares, em Campo Grande, e contou com a participação de 30 alunos do 8º ano, com a faixa etária entre 13 e 14 anos.
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