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Marcos Valério aponta envolvimento de Lula na morte de Celso Daniel

Condenado por envolvimento no mensalão do PT, deu depoimento ao Ministério Público de São Paulo

25 outubro 2019 - 15h36Sarah Chaves, com informações da Veja

O publicitário Marcos Valério de Souza, condenado a 40 anos de prisão por ser o operador do mensalão do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou em depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MP/SP) que teve a informação de que o ex-presidente Lula teria sido um dos mandantes da morte do prefeito petista de Santo André (SP), Celso Daniel assassinado em 2002.

A revelação foi publicada nesta sexta-feira (25) numa reportagem da revista Veja, que obteve o depoimento do publicitário ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Valério disse que a informação de que o ex-presidente Lula teria sido o mandante do assassinato foi repassada a ele diretamente pelo empresário Ronan Maria Pinto que participava de um esquema de propina na prefeitura de Santo André.

"Segundo a reportagem, Ronan ameaçou envolver a cúpula do PT na morte de Celso Daniel, e Valério havia sido designado pelos petistas para comprar o silêncio do empresário. Segundo o relato do publicitário ao MPSP, Marcos Valério e Delúbio Soares, tesoureiro do PT à época, se encontraram em 2003 com Ronan em um hotel de São Paulo.

O depoimento de Valério relata ainda que Ronan, nessa reunião, disse que não ia "pagar o pato" sozinho e que apontaria Lula como "mandante da morte" de Celso Daniel. Para não fazer isso, exigiu dinheiro. O pagamento, de R$ 6 milhões, teria sido feito. À época, Lula já era presidente."

O operador conta que o ex-presidente deu aval para pagar a chantagista que iria apontá-lo como envolvido no assassinato do prefeito

No depoimento ao MP, Valério disse que não aceitou pagar ao chantagista Ronan Maria Pinto do próprio bolso, como queriam os petistas, mas admitiu ter participado do desenho da transação realizada para levantar os recursos. De onde eles vieram? Do petrolão, o sucessor do mensalão.

As investigações da Operação Lava-Jato já confirmaram metade da história narrada por Marcos Valério. Para quitar a extorsão, o Banco Schahin “emprestou” o dinheiro para o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que pagou ao chantagista. O banco já admitiu à Justiça a triangulação com o PT. Ronan Maria Pinto já foi condenado pelo juiz Sergio Moro por crime de corrupção e está preso. Valério revelou mais um dado intrigante. Segundo ele, dos 12 milhões de reais “emprestados” pelo banco, 6 milhões foram para Ronan e a outra parte foi entregue ao petista Jacó Bittar, amigo de Lula e ex-conselheiro da Petrobras.

 Jacó também é pai de Fernando Bittar, que consta como um dos donos do famoso sítio de Atibaia, que Lula frequentava quando deixou a presidência. As empreiteiras envolvidas no petrolão realizaram obras no sítio à pedido do ex-presidente, o que lhe rendeu uma condenação de doze anos e onze meses de prisão. No interrogatório, o promotor encarregado do caso perguntou a Marcos Valério se havia alguma relação entre o dinheiro transferido a Bittar e a compra do sítio. Valério respondeu simplesmente que “tudo se relaciona”. O promotor Roberto Wider Filho, também perguntou sobre as relações financeiras do empresário com o governo e com o ex-presidente Lula:

— “O caixa que o senhor administrava era dinheiro de corrupção?”

— “Caixa dois e dinheiros paralelos de corrupção, propina e tudo.”

— “Do Governo Federal?”

— “Sim, do Governo Federal.”

— “Na Presidência de Lula?”

— “Na Presidência do presidente Lula.”

— “Pagamentos para quem?”

— “Para deputados, para ministros, despesas pessoais do presidente, todo tipo de despesa do Partido dos Trabalhadores”.

Valério começou a cumprir pena em regime fechado em 2013. Em setembro passado, progrediu para o regime semiaberto, o que lhe dá o direito de sair da cadeia durante o dia para trabalhar. O cumprimento de suas penas nunca ocorreu sem sobressaltos. Ele já foi torturado num presídio e teve os dentes quebrados.

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