"Não me arrependo de ter feito escola pública por tudo que aconteceu. Mas em relação ao ensino gostaria de não ter estudado", afirmou em evento de lançamento de seu livro "Diário de Classe - A Verdade" (Ed. Gutenberg) em São Paulo.
A disparidade entre ensinos público e privado foi o estopim para que Isadora começasse a escrever a página. "Fui ver a escola da minha irmã e comecei a ver a diferença. Ela sempre tinha muita coisa para fazer e eu, nada", conta.
Ela acredita que a educação brasileira ainda tem muito o que melhorar, começando pela atualização dos professores. "Muitos não conseguem mexer em um computador. Acho que é fundamental na sala de aula, porque um quadro e um giz não prendem mais a atenção de um aluno. Não é mais a mesma coisa."
Faber hoje
Isadora precisou mudar de escola porque sua antiga não tem ensino médio. "Acho que foi a formatura mais comemorada por lá", brinca a mãe, Mel Faber.
A garota já encontrou algumas vezes sua ex-diretora no ônibus e em uma visita na ex-escola: "Fui buscar a segunda via do meu boletim, e a diretora nem falava comigo. Passou por mim e fingiu que não me conhecia."
No mesmo dia, a mãe de um aluno que continua no colégio lhe disse que a "escola estava voltando a ser como antes". Agora estudando em uma instituição particular, Isadora não tem críticas a fazer.
Ela ainda sofre consequências por sua passagem na escola pública. Está respondendo ao processo de uma professora por danos morais. Isadora disse que ela não estava qualificada para dar aulas na sétima série. "O processo está em andamento e não teve nenhuma audiência ainda. Inclusive ela está processando nós e o Facebook", conta a mãe da estudante.
Sua ONG, criada no ano passado, está com dificuldades para implementar projetos. Um deles, "Aluno Nota 10", iniciativa inspirada em outra da Bahia, tem como objetivo incentivar os alunos de escolas públicas por meio de prêmios para os melhores.
Inspirações e fama
Fã de livros de ficção, como "Harry Potter" e "Percy Jackson", agora está lendo "Divergente". Encantou-se também com a biografia de Steve Jobs. "Foi bem legal ler", diz Isadora.
Mesmo não tendo encontrado em sua vida acadêmica professores que lhe apoiassem, são eles a sua inspiração. "Quando participo de palestras, conheço vários professores."
Hoje com 630 mil pessoas que curtem sua página, lidar com a fama para ela é normal. Ano passado, foi eleita pelo jornal britânico Financial Times uma das "25 estrelas ascendentes" brasileiras. Ela diz que não se incomoda quando pedem para tirar foto com ela na rua. No livro, inclusive, dá dica para que futuros criadores de diários de classe não deixem a fama subir à cabeça. "Isso é para não virar estrela", explica.
Faria algo diferente? "Sempre pensava o outro lado [se estava sendo injusta] quando vinham críticas. Mas não, faria tudo de novo", diz enfática.Reportar Erro
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Isadora Faber lança livro sobre o 'Diário de Classe' em São Paulo. (Foto: Amanda Martins) 




